Desejo que esta crônica tenha o mesmo efeito do cartão de boas festas que chegava pelo correio, como spam, em sua caixa postal.
Naquela época, talvez o emissor do cartão nem soubesse do envio, pois ia por mala direta, despachada por funcionários. É melhor receber uma mensagem que foi despachada igualmente para centenas de pessoas do que ser ignorado.
Isso não quer dizer que todas as mensagens de outrora ou de agora são reproduções umas das outras, sempre houve os autênticos, mas hoje resolvi falar do spam.
Não sei quem vai ler esta crônica, mas receba, caro leitor, os votos de um 2022 mais promissor, sem sobressaltos, é desejo do meu coração para todos, nem que eu seja mal-entendido por alguns.
Na época de existir apenas o telefone fixo, quando se voltava ao seu ponto de referência, entrava-se perguntando:
- Alguém me telefonou?
Se a resposta fosse ninguém, planava no ar uma certa decepção.
- Nem mesmo um telefonema de cobrança das contas atrasadas?
Então, caro leitor, que você saiba lidar com a indiferença, porque ela dói mais que o xingamento. Não receber mensagem alguma, mesmo aquele zap parecendo um carimbo, é sinal de que não significa nada para ninguém, melhor mesmo é um murro na cara.
Fazendo um paralelo com o Roberto Shinyashiki feito em seu livro "Carícias essenciais": "Um beijo é melhor do que um tapa, mas um tapa é melhor do que o desprezo". O melhor mesmo é a carícia positiva, porque indiferença e agressão não fazem parte da melhor convivência.
Estou explicando tudo nos detalhes para que me entenda: desejo o melhor para você, caro leitor, mas, para que essa minha vontade prevaleça, você precisa colaborar.
Defender a sua vida é um princípio universal, mas você precisa deixar o outro, a outra ou outrem viver também, nada de egoísmos. Aceitar o outro como é, educar com o amor ou reeducar com inclusão. Quem exclui não é feliz.
Esses conselhos parecem óbvios, mas como sempre nasce gente nova, a repetição é necessária. Para ser feliz, faça também os outros felizes. Então, que 2022 seja um ano cheio de boas notícias, construa-as.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor