Contar histórias é uma atividade milenar, desde quando o ser humano começou a falar. Podemos dizer que é um exemplar primeiro do gênero narrativo, quando a humanidade ainda não sabia escrever. Atualmente, depois de tantos milhares de anos de escrita surgiu o contador ou contadora que vai às escolas contar e dramatizar histórias para a meninada. Estimular a criatividade e a leitura.
Às vezes, contam histórias dos outros; outras, elas mesmas inventam ou então são da cultura popular. Dessa atividade vêm os subprodutos de suas atividades: cantar e compor músicas, montagens de peças infantis, shows musicais para os pequenos. Atualmente, não fazem mais isso gratuitamente, afinal elas dão mais dinamismo às atividades escolares, animam os eventos, precisam tocar suas vidas. No mundo do vale tudo por dinheiro, elas vendem mercadorias.
Em Araçatuba, há várias delas, mas hoje vou focalizar a Tânia Katuapó (Tânia Aparecida Antunes). Há anos, era só Tânia Antunes, na época que também era professora, mas agora uma índia lhe deu esse nome.
Em 2016, foi a um encontro de aldeias indígenas na Chapada dos Veadeiros (Yawalapiti) e conheceu Katuapó. Ficou com ela na fogueira, comeram peixe e tapioca. Conversa de cá de lá, nada de ir embora, então ela disse que me daria um presente. O nome dela de presente é Katuapó, que significa bonito.
Com esse novo nome, ela mergulhou tanto nessa profissão que tem músicas infantis até no Spotify, como outras plataformas, substituiu o disco. Os artistas recebem seus direitos autorais conforme a música for ouvida.
Ouve-se música pelo fone de ouvido conectado no celular ou no computador. Dá para animar uma festa com um celular e uma caixa pequena (som grande - bluetooth), é a nanotecnologia dos equipamentos. Acesse as músicas e histórias de Tânia Katuapó para seus filhos ou sobrinhos ouvirem (há a versão grátis-free do Spotify).
Com a pandemia, sua contação de história foi para o YouTube, mas agora que se está voltando ao novo normal, o trabalho desses artistas (e outros), estão sendo presenciais. Está na hora de haver a contratação de tais profissionais para as escolas e festas de aniversários de crianças.
Encontrei a Tânia Katuapó na sala de espera do Hospital da Unimed, onde encontramos tempo para conversar. Não existe lugar mais propício para conversar (o tempo aparece) e para filosofar (a doença faz a gente valorizar mais a vida). Então, ela me contou em detalhes o seu trabalho (boa marqueteira). Gostei tanto que fiz essa crônica; espero que goste também, caro leitor.
Contatos com Tânia: 55 18 99180-4884 (para marcar show e adquirir seu kit "Conta outra", com histórias e músicas).
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor