Como um croniqueiro do interior paulista, um capiau, preciso me manifestar contra a guerra. Minha opinião vale quase nada, mas como parte da humanidade não posso me calar. Os belicistas, cada um ao seu jeito, argumentam favoráveis de um lado ou de outro: EUA e Rússia. Os pacíficos precisam se mexer.
Não existem razão na promoção da guerra, somos agressivos por natureza, por isso precisamos nos civilizar. A guerra é a barbárie. Os únicos segmentos que tiram proveito da guerra são os fabricantes de armas e os militares (não estou dizendo policiais), estes últimos justificam sua existem com a guerra.
O governo norte-americano estava ávido por uma guerra, pois assim seus empresários fabricantes de armas terão mercado. Biden é diferente de Trump, mas tão armamentista quanto. O governo Putin também é armamentista, só ataca outra nação quem fabrica armas, além disso, deseja se manter no poder. Nada melhor do que uma guerra para um déspota.
Não existe maior agressão ao planeta e ao meio ambiente do que bombardeios. Neles perdemos toda a noção da grandiosidade do universo, bombardear é um absurdo.
A Europa, o berço da civilização ocidental, tão ciosa dos direitos humanos e da ecologia, é um continente guerreiro. Todas as grandes guerras começaram por lá. A guerra está na raiz histórica do surgimento de cada nação europeia.
Aliás, eu não considero elogio, é uma ofensa, chamar um homem de guerreiro ou uma mulher de guerreira só porque não desistem. Eles podem ser lutadores, persistentes, guerreiros não, pois precisamos ser da paz. Quem usa o vocabulário bélico não é pacífico.
Pacífico não é o sujeito palerma, sem iniciativa, que não tem resposta para nada. O não violento não concorda com a safadeza e não se acovarda, combate-a pela argumentação, pelo diálogo, pela negociação, pela participação, porque sabe que a violência não constrói nada.
Todos nós temos um percentual de agressividade e precisamos dominar o demônio que mora em nosso interior. Controlar-se, refletir a favor da paz todos os dias é um bom exercício. Dar as mãos na hora do cumprimento é mostrar que estamos desarmados.
Há muitas frases e versos a favor da paz, é hora de ressuscitá-los. Jesus Cristo é um pacífico, mas as igrejas nem sempre. Mahatma Gandhi também morreu pela paz. A Índia venceu a Inglaterra praticando a não violência sob sua orientação.
Paz não é ausência de guerra, é a prática do amor. Precisamos desarmar os espíritos em nosso cotidiano, vivendo e deixando o outro viver. Fazendo com que o outro viva. A guerra está mostrando mais uma vez que armas (ou arminhas) só destroem a vida.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor