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CANDIDATOS MASCARADOS

Consolaro faz uma leitura interessante de como seriam as campanhas eleitorais em tempos de pandemia

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As eleições municipais estão aí. Já estão falando em adiamento, por enquanto por meses, nós não podemos deixar virar aquela bagunça que havia durante a ditadura militar.

Mudava-se eleição a toda hora, bastava a oposição ter chance de ganhá-la. Isso tinha até nome: casuísmo. Eu mesmo fui vereador em Araçatuba num mandato de seis anos por causa disso. O mandato acabara, eu já não sabia mais pedir voto.

Fazer eleição durante a pandemia seria mesmo um paradoxo, mas os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admitem falar apenas em meses de adiamento para a pandemia não gerar benefícios às forças antidemocráticas.

Se até dezembro o contato pessoal continuar draconiano, numa campanha eleitoral para vereador e prefeitos nas médias e pequenas cidades, fica impossível fazer eleições, pois os contatos são primários. Sem abraçar, mesmo que o abraço seja falso, impossível.

Pegar na mão - não pode.

Dar beijinho – também.

Cumprimentar com os cotovelos ou os pés, ficaria meio esquisito.

Candidato com máscara. Como conhecê-lo. Se a lei igualá-la à camiseta, não vai poder escrever o nome e número do candidato nela.

A gente só ia conhecer mesmo os bolsonaristas, porque eles andam sem máscara, seguindo as ordens do chefe.

Outro dia, um desses, bem radical, gritou, naquele português corretíssimo:

- Vem ne mim, corona! O Queirós é o meu protetor!

Será que os candidatos vão querer sair em fotos abraçados com Bolsonaro? Fazendo arminha? Dizendo "tá ok"?

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP.


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