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UM POUCO DO DIA A DIA DÓ DE NÓS MESMOS E A DESTRUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE

“Só hoje, presenciei três cenas assim, em lugares diferentes da cidade!”, traz a legenda da imagem captada pelo fotógrafo Ângelo Cardoso, tema da crônica de Hélio Consolaro. Vale a pena a leitura!

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Todos nós destruímos o meio ambiente, um pouco cada dia; até o vegano, com seu comportamento radical. Fazemos isso porque a Bíblia, o livro básico de nossa civilização ocidental, diz que o ser humano foi criado por Deus para dominar o mundo, como se fôssemos um elemento estranho, sem fazer parte dele.

 

Inspirado por Deus ou não, quem escreveu todas as partes do livro sagrado foram seres humanos. O texto não é isento ou neutro. Por isso, uma leitura da Bíblia não pode ser literal, precisa ser feita de acordo com o contexto histórico.

 

Com autorização ou não da Prefeitura de Araçatuba (SP), tais assassinatos de árvores são feitos aos domingos, no Dia do Senhor, para que a repercussão seja menor diante do vandalismo praticado. Não haja ajuntamento de gente no local, protesto, presença da TV.

 

Este cronista não é um teólogo, apenas entende um pouquinho de Bíblia, com aulas para leigos do padre Hugo d’Ans durante dois anos. Além disso, cronista é um generalista, conhece tudo, mas superficialmente. Como já definiu Machado de Assis, cronista é um beija-flor, passa por todos os temas, sentindo o seu néctar.

 

A foto-denúncia da árvore decepada, postada por Ângelo Cardoso no Instagram, me chocou, tanto quanto a imagem de uma pessoa barbaramente assassinada e exposta por um sádico em redes sociais. Tratar mal o meio ambiente é destruir a nossa própria casa. Deus criou o mundo e inseriu o ser humano para conviver nesta estufa chamado planeta Terra, cuidar dele e não destruí-lo.

 

Na Amazônia, os garimpeiros e fazendeiros destroem milhares de árvores por dia, fazemos isso desde Pedro Álvares Cabral. A guerra nos escandaliza mais, mas suas ações são comparadas à guerra na Ucrânia.

 

A nossa cidade foi colonizada assim, matando os donos da terra (índios) e derrubando toda a floresta. Naquela época, isso era normal aos olhos da humanidade, hoje nossos conhecimentos nos deram outra consciência.

 

A foto impacta porque já sentimos os efeitos da desgraça que nossos ancestrais fizeram: uma colonização sem regras. Hoje, aqui em Araçatuba, salvar uma árvore é salvar vidas. Tenho dó da árvore, mas acima de tudo, tenho dó de nós mesmos.

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.


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