Anunciante
FOI MUITO POUQUINHO

Consolaro fala sobre movimento criado pelos artistas da cidade em busca de ajuda para sobrevivência

Anunciante

Fui convidado para estar na primeira reunião virtual dos artistas de Araçatuba (07/06/2020) como representante da literatura e, por consequência, representei a Academia Araçatubense de Letras. Continuei a participar das reuniões seguintes.

O objetivo da mobilização era reivindicar da Prefeitura de Araçatuba, via Secretaria Municipal de Cultura, uma ajuda emergencial, porque quem está inserido na economia criativa, se profissionalizou na sua arte, foi o primeiro a ficar desempregado com a a política de isolamento para combater a pandemia (covid-19), pois geralmente o artista trabalha com aglomeração de gente.  

De início me declarei solidário, sem precisar de ajuda por dois motivos: o escritor de interior dificilmente faz da venda de seus livros um meio de vida; e também sou aposentado, por enquanto  não passo por privações.

Assim, de reunião em reunião, fui falando conforme me perguntavam. É um movimento bonito que naturalmente veio crescendo, hoje está com 124 artistas no grupo do Whatsapp, porque tudo foi feito virtualmente. 

Na vida, às vezes, vale mais o processo do que o resultado. Se este não foi o esperado, mas a grande vitória foi a união e a mobilização para retomar com vigor o Conselho Municipal de Políticas Culturais. Tanto é que no final, o movimento ganhou o nome de UNIÃO dos Artistas de Araçatuba.  

O movimento municipal era conectado  com o nacional que lutava para Bolsonaro sancionar o projeto de lei Aldir Blanc. E a sanção ocorreu. A lei  estende o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores na cultura e apoio a espaços culturais. 

Com a vitória em nível federal, a Prefeitura de Araçatuba lavou as mãos: para que ajudar, se o presidente já tinha arrumado um "adjutório"? Mas até que o prefeito arrumou algumas arrumadas cestas básicas via Fundo Social, porque, para um cantor de barzinho, por exemplo, com os bares, lanchonetes e restaurantes fechados por decreto, a privação do básico bateu à porta de suas casas.   

Se o governo federal tem a máquina de fazer dinheiro, a Casa da Moeda, os estaduais e os municipais não têm essa saída. A gente precisa entender isso, mas o pouco arrumado pela Prefeitura foi muito pouquinho... Quase nada! Quem sabe ainda podemos ter surpresas...

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Ex-secretário municipal de Cultura de Araçatuba (2009-16)
 


Anunciante
O 018News não se responsabiliza pelas notícias de terceiros.
Copyright © 2024 018News. Todos os direitos reservados.