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NO AUGE DA FAMA MARÍLIA MENDONÇA E O MUNDO CELESTIAL

O passado já foi um presente que virou história e o futuro é uma incógnita reflete Hélio Consolaro na crônica da semana

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Por falar em Marília, me lembrei da cidade deste Oeste Paulista cujo nome foi inspirado, no livro de Tomás Antônio Gonzaga: "Marília de Dirceu". Marília é um nome de origem árabe e significa senhora soberana. Era o perfil de Marília Mendonça.

 

Será que a música dela era boa mesmo? Não sei. O que é bom para um, pode não ser para outro. Quem diz para o mundo que apenas o seu gosto pode ser chamado de música boa é intolerante, unilateral.

 

Eu era indiferente à música da cantora, assim como não curto o gênero sertanejo, mas nunca o chamei de "sertanojo".

 

Gosto daquela música caipira raiz porque ouvi muito rádio na minha infância, tenho com ela uma relação afetiva.

 

Confesso que Marília Mendonça me era mais simpática enquanto foi gordinha, porque quebrava paradigmas. A sua pouca idade me surpreendeu, pensei que fosse uma mulher mais balzaquiana. Era mesmo uma menina.

 

Apesar de não ser fã da Marília Mendonça, acompanhei as reportagens sobre o acidente desde a primeira hora, me emocionei. Correr atrás do sucesso, às vezes, é perigoso.

 

Acidente de avião ou automobilístico acontece mais com artistas na plenitude do sucesso, jovens, porque viajam muito para fazer shows, querem aproveitar a onda para faturar mais, por isso ficam mais expostos ao perigo.

 

Não vai me dizer, caro leitor, que você não vai viajar mais de avião. Tive um amigo pobre que leu a sorte na palma de sua mão e a cigana sentenciou: você vai morrer num desastre de avião. Como? Não viajo nem de ônibus por falta de dinheiro. E a profecia se cumpriu: um avião caiu justamente na cabeça dele.

 

De carro se morre a toda hora por este mundo, nem sai mais no jornal; de avião, que é de vez em quando, vira manchete. E se for artista ou jogador de futebol, fala-se a semana inteira na TV.

 

Vamos que vamos viver a vida, aproveitar todas as oportunidades dentro da ética, porque o passado já foi um presente que virou história, o futuro é uma incógnita. O presente foi a hora que escrevi esta crônica, e também agora em que está lendo minhas bobagens. O presente é um átimo, é o que temos.

 

E que Marília Mendonça encante também o mundo celestial.

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.


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