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OPINIÃO NO RICO INTERIOR PAULISTA, ARAÇATUBA É POBRE

Em nossa Noroeste mora pouca gente e ainda a fonte de emprego é o comércio e o serviço, analisa Hélio Consolaro na crônica da semana

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Então, caro leitor. Se alguém diz que Araçatuba não vai para a frente, está aí a razão. A Folha da Região, de Araçatuba, 15/04/2022, publicou matéria estatísticas com dados da região.

 

Em nossa Noroeste mora pouca gente e ainda a fonte de emprego é o comércio e o serviço. Renda pouca. Nem a industrialização de Birigui melhorou a renda dos pequenos no município.

 

Por aqui, a concentração do capital em mãos de poucos ocorre com mais força. Uma realidade que não satisfaz nem o mercado. Nossa população é reduzida, região pouco habitada. De Lins para cá, não temos um milhão de habitantes, que seria a população de um bairro de São Paulo.

 

Como se diz no Brasil afora, o interior paulista é rico; mas cá entre nós, Araçatuba e região é relativamente pobre. Não há deputado e nem prefeito que façam milagre. Neste Oeste Paulista, Rio Preto é diferenciado porque sua economia não se baseou no boi e nem na cana, não predominou o latifúndio. Araçatuba tem a classe média reduzida. Trabalhador sem dinheiro no bolso, com baixo salário, é venda pequena no comércio local.

 

Araçatuba, segundo os dados bancários, é uma cidade com ricas contas bancárias, com muita aplicação no mercado financeiro. As moedas não rolam, estão empoçadas, ou, empossadas.

 

Noutros campos, a desgraceira de Araçatuba não é tão grande. Água e esgoto, saúde e educação razoáveis.  Muita habitação disponível. Para quem tem um bom salário, morar em Araçatuba é uma bênção. Desenvolvê-la muito não é interessante. Para quem depende de emprego em rotatividade, a cidade é uma agrura. A roda da economia é emperrada, salário minguado. Araçatuba precisa crescer.

 

A média salarial no estado mais rico de nação é R$3.612,00. No Brasil, R$ 2.587,00. Em Araçatuba, R$2.761,00. Em Birigui, R$2.318,00 (o mais baixo). Em Penápolis, R$2.345,00. Em Andradina, R$2.421,00.  A sede da região está melhor que o Brasil, mas a região em situação inferior.  Tais dados são da Fundação Seade do Estado de Paulo, não é de nenhuma central sindical.

 

Mudar esta realidade vai depender das reformas estruturais que precisam acontecer na economia do Brasil. Com tais características, os trabalhadores da região nas eleições gerais de 2022 serão presas fáceis do clientelismo político. Fiquemos alertas.

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.


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