Por coincidência, ou não, estou lendo o livro "Racismo estrutural" do ministro Sílvio de Almeida, quando nosso jogador, o moleque travesso Vini Jr. é objeto novamente de atitudes racistas naquilo que os subdesenvolvidos, por complexo de vira-lata, chama de primeiro mundo: Europa. Mais precisamente Espanha.
Por que chamo Vini Jr. de moleque travesso? Diferentemente de Pelé, enfrenta o racismo batendo de frente, como um garoto nascido no século 21. Machado de Assis também enfrentou o preconceito com a linguagem irônica, de forma simulada a exemplo Pelé.
Está na hora de Endrick, Palmeiras, mudar o rumo de sua carreira, dinheiro no bolso não quebra preconceito. O garoto revelação do Allianz Parque já foi vendido para o Real Madrid. É melhor ser feliz por aqui com menos dinheiro.
Vini Jr é mais rico do que todos, individualmente, do que aqueles que o chamaram de "macaco" no jogo Valência e Real Madri em 21/05/2023, mesmo assim a sua negritude talentosa não foi aceita.
Pelé e Machado de Assis estão mais para Pai Tomás, enquanto Vini Jr. para Zumbi, quilombo. Descobrimos que o racismo é uma forma de dominação na humanidade. Quando a Europa se chama de "primeiro mundo", os europeus o fizeram, e ainda o fazem, com a chibata na mão.
Não estou falando em causa própria, pois sou descendente de italiano puro-sangue, sem mistura. Só não quis o destino que eu me casasse com uma mulher negra, mas constituí família com uma nissei.
Defendo o negro sendo branco e me lembro do sofrimento de alguns afrodescendentes que se atreveram a se casar com mulheres da irmandade de minha mãe. O racismo brasileiro é imigrante europeu, se considera raça superior, gente de bem!
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor
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