Polícia
PRIMEIRO JÚRI DO ANO AJUDANTE É CONDENADO A 7 ANOS DE PRISÃO POR ATEAR FOGO EM MULHER

Jurados acataram na íntegra a denúncia; Ministério Público vai recorrer e pedir aumento da pena

O ajudante Romário dos Santos Cândido, de 27 anos, foi condenado a sete anos de prisão no regime semiaberto, por ter jogado álcool e ateado fogo no corpo da companheira dele. O crime ocorreu em 1º de janeiro de 2020, no bairro Jardim Rosele, em Araçatuba (SP).

 

O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (26), no Fórum Estadual de Araçatuba, durou pouco mais de cinco horas, e marcou retorno dos trabalhos forenses após recesso de final de ano.

 

Os jurados acataram na íntegra a denúncia do Ministério Público, que pediu a condenação do ajudante pelo crime de tentativa de feminicídio qualificado pelo uso de fogo.

 

A defesa do réu ainda tentou argumentar pedindo pela desclassificação do crime para lesão corporal culposa e pela absolvição de Cândido, mas não obteve o pedido atendido.

 

Cândido está preso desde o dia do crime, quando foi encontrado pela polícia sentado na frente da residência e detido em flagrante. O juiz Danilo Brait, que presidiu o Júri, não concedeu o direito para ele recorrer em liberdade.

 

O promotor de Justiça, Adelmo Pinho, adiantou que pretende recorrer da decisão e vai pedir aumento da pena. Para ele, não era caso de considerar a confissão do réu, como atenuante, como aconteceu, já que apesar de ele ter assumido o ato, alegou não queria matar a vítima, sob argumento de que teria feito apenas uma brincadeira.

 

Além disso, ao proferir a sentença o magistrado reduziu a pena pela metade. Mas devido à gravidade dos ferimentos sofridos pela vítima, o promotor entende que a redução deveria ser de um terço.

 

CRIME

Segundo a denúncia apresentada pelo MP, o ajudante e a vítima, que hoje tem 36 anos, mantinham relacionamento amoroso. Os dois estariam juntos havia quatro meses.

 

O desentendimento que resultou no crime teria ocorrido após uma festa de virada de ano. O casal teria retornado para a casa onde viviam acompanhado de um amigo. Na residência eles teriam continuado bebendo. Mas o amigo deles e o ajudante acabaram discutindo. O réu então teria feito uso de uma faca para ameaçar o amigo, fazendo com que ele fosse embora.

 

Depois que o tal amigo saiu, a vítima e o então companheiro continuaram discutindo e, num dado momento ele foi até o fundo do quintal do imóvel, pegou o galão com álcool, jogou sobre a mulher e ateou fogo com um isqueiro.

 

A cena teria sido vista por um vizinho que chegava no momento. Ele viu a mulher em chamas e a socorreu, rolando ela numa poça d´água.

 

A vítima teve cerca de 50% do corpo queimado com lesões nas regiões cervical, torácica, abdominal, nos braços e nas pernas. Recebeu atendimento no Pronto Socorro da Santa Casa, foi internada na urgência e depois passou por tratamento em hospital especializado até se recuperar.


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