A queda recente das temperaturas, que sinaliza o outono e, em seguida, o inverno, somada à baixa umidade do ar, deixa os olhos sensíveis e propensos a doenças, entre elas a síndrome do olho seco. Alterações nos padrões de comportamento e na rotina diária podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição.
“O uso de aquecedores e ar condicionado reduz a umidade do ar, o que agrava os sintomas dessa síndrome. Igualmente, o ar aquecido do carro é outro vilão da doença. É fundamental ressaltar que os aparelhos nunca devem ter ventilação direcionada para o rosto, pois estimula a evaporação mais rápida da lágrima”, diz o oftalmologista Tiago Caramez, do HO (Hospital do Olho) Araçatuba.
Sensação de "areia nos olhos", peso nas pálpebras, olhos inflamados, vista turva ao exercer qualquer tipo de esforço visual e sensibilidade aumentada à luz são sintomas dessa condição. “O filme lacrimal cobre toda a superfície anterior dos olhos e serve para lubrificar, alimentar e proteger os tecidos oculares. A lágrima é regenerada a cada piscar dos olhos. Por isso, a ausência de lubrificação faz com que ocorra o ressecamento quando algum dos componentes não é gerado adequadamente, resultando em alterações na quantidade ou qualidade do filme lacrimal”, explica Caramez.
Para determinar o melhor tratamento para cada paciente, é importante consultar um médico especializado para descobrir o que está causando o problema e como tratá-lo. “A automedicação e o uso indiscriminado de colírios são perigosos e frequentemente agravam o quadro clínico. Um exame ocular meticuloso e testes clínicos da função lacrimal são a forma correta de diagnosticar a Síndrome do Olho Seco”, relata o oftalmologista.
TRATAMENTO
De acordo com o especialista, os colírios lubrificantes são a base do tratamento do olho seco. Apesar de não poderem curar a doença, seu uso melhora o conforto e a qualidade de vida dos pacientes. Para minimizar os efeitos potencialmente perigosos na superfície ocular, opte por colírios sem conservantes. Colírios de corticosteróides ou imunossupressores podem ser utilizados se a inflamação for evidente.
Outro método utilizado é o cirúrgico por meio da oclusão (fechamento) dos locais de drenagem lacrimal pode ser necessária para alguns indivíduos. A lágrima é mantida dentro dos olhos por mais tempo dessa maneira. A tarsorrafia, procedimento que minimiza o tamanho da fissura palpebral e a superfície de evaporação da lágrima em casos mais graves, também pode ser feita.
PREVENÇÃO
Uma dica do oftalmologista do HO, é evitar passar longos períodos em quartos com ar condicionado e ventilador, assim como reduzir a quantidade de tempo na frente do computador. Se isso não for possível, a pessoa deve fazer uma pausa de alguns minutos a cada hora para descansar os olhos.
Hidratar-se é fundamental, bebendo ao menos dois litros de água todos os dias. Isso acaba fazendo com que o corpo humano tenha "matéria-prima" suficiente para criar o número adequado de lágrimas. Por fim, Caramez sugere que, para reduzir a irritação e o ressecamento dos olhos, pisque várias vezes seguidas.
ÓCULOS ESCUROS
Outra dica simples é, ao ar livre, sempre usar óculos escuros. Isso porque, além do sol, os olhos devem estar protegidos contra o vento e outros poluentes do ar. Neste sentido, o empresário César Braga afirma que no mercado de óticas atualmente há uma infinidade de modelos desse tipo desse acessório.
“Existem opções para todos os gostos e bolsos, e com qualidade. É importante ressaltar que usar óculos escuros no dia a dia é uma boa forma de garantir a saúde dos olhos. Isso porque eles protegem os olhos contra radiações que são muito nocivas, vindas dos raios solares. Esse perigo se deve, principalmente, à incidência de raios ultravioletas. Portanto, adquirir óculos escuros é um investimento que vale a pena”, César Braga.
O olho seco é uma condição que muitas vezes passa despercebida. Por fim, a qualidade de vida do paciente pode ser prejudicada pelo desconforto ocular constante. Ao observar algum desses sintomas e suspeitar que tem olho seco, a pessoa deve procurar tratamento com um oftalmologista.
