Continuam boas as expectativas com as oportunidades para o mercado de trabalho neste ano: 55% das empresas brasileiras estão mais confiantes e 54% planejam abrir novas vagas de trabalho em 2024, segundo o Guia Salarial 2024 da Robert Half, empresa global especializada em soluções de talentos e consultoria de negócios.
De acordo com o documento, os segmentos que mais contratam e devem seguir em alta são agronegócio, varejo, tecnologia, energia, saúde (incluindo farmacêuticas e operadoras de saúde) e indústria (incluindo mineração e indústria B2B).
As engenharias estão presentes em todas elas, sendo os profissionais mais procurados: gerente de supply chain (cadeia de suprimentos), gerente de projetos, gerente de produção, especialista de ESG (Environmental, Social and Governance – sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa).
O Guia Salarial também indica quais são as especialidades de engenheiros mais difíceis de serem encontradas: especialista de ESG, gerente de projetos para mineração, comprador do segmento de energia renovável, engenheiro de automação para a indústria.
Baseado no estudo, o presidente da AEAN (Associação dos engenheiros e Arquitetos da alta Noroeste), Petrônio Pereira Lima, afirma que a especialização dos engenheiros é essencial diante das oportunidades destacadas.
“Com mais da metade das empresas planejando novas contratações em setores-chave, como agronegócio, tecnologia e energia, a demanda por profissionais altamente capacitados é evidente. Especialistas em áreas específicas, como ESG e automação industrial, por exemplo, são especialmente valorizados. Isso reflete a importância da expertise para impulsionar a inovação e a sustentabilidade nos setores em crescimento”, comenta Lima.
HABILIDADES E REMUNERAÇÃO
Dentre as hard skills, habilidades e especialidade técnicas exigidas dos engenheiros estão ao menos um idioma estrangeiro, SGI - Sistema de Gestão Integrada, inovação, MS-Project, tech skills. Também há certificações requeridas, como ferramentas de projetos, ESG, tecnologia para análise de dados, lean manufacturing, ERPs.
E como o mercado de trabalho contemporâneo exige características que transcendem as habilidades técnicas, quando o assunto são as soft skills (habilidades comportamentais, competências subjetivas difíceis de avaliar), as mais valorizadas pelas empresas são adaptabilidade, resiliência, flexibilidade, e comunicação relacionamento interpessoal.
O equilíbrio entre soft e hard skills pode fazer com que os engenheiros sejam bem remunerados. Gerente de supply chain, por exemplo, tende a salário entre R$ 18.500,00 a R$ 32.000,00; gerente de produção/processos, de R$ 16.500,00 a R$ 29.900,00; gerente de projetos/PMO, de R$ 15.500,00 a R$ 32.600,00; engenheiro(a) de EHS/ESG, de R$ 8.600,00 a R$ 19.300,00.
“Considerando a média salarial brasileira, que segundo o IBGE é de R$ 2.750,00, e a formação acadêmica exigida para engenheiros, os salários variando de R$ 8.600,00 a R$ 32.600,00 estão acima da média nacional. Isso reflete a valorização de expertise técnica e da demanda por profissionais qualificados, especialmente em setores-chave como tecnologia, energia e agronegócio. Os engenheiros precisam entender isso e aproveitar essa grande oportunidade”, conclui Petrônio Pereira Lima.
AEAN E CREA-SP
Para manter os profissionais atualizados, a AEAN promove constantemente ações, como cursos, palestras, workshops etc. Na maior parte delas, a entidade conta com parceria fundamental do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo).
Maior conselho de fiscalização de exercício profissional da América Latina e provavelmente um dos maiores do mundo, o Crea-SP é responsável pela fiscalização de atividades profissionais nas várias modalidades da engenharia, agronomia e geociências, além das atividades dos tecnólogos. Neste sentido, no que diz respeito à atuação dos engenheiros, agrônomos e demais profissionais que representa, fiscaliza, controla, orienta e aprimora o exercício e as atividades profissionais relacionadas.
Para isso, exige registro profissional, assim como a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) que é o instrumento que define, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços relativos às profissões abrangidas pelo sistema Confea/Crea-SP.