Vai a júri popular nesta quarta-feira (07), no Fórum de Araçatuba, Michael da Silva Oliveira. Ele é acusado, de acordo com o Ministério Público, de atear fogo e matar o próprio tio, Raimundo Novaes, em uma residência no bairro São José.
O crime ocorreu por volta das 14h20 do dia 2 de outubro de 2014. Michael morava com a avó, em uma residência nos fundos de um terreno e o tio em um cômodo ao lado. Os dos tinham constantes desentendimentos e tinham brigado no dia anterior ao crime.
No dia do assassinato, Michael saiu de casa dizendo que ia para o trabalho e retornou no início da tarde, portando consigo uma garrafa contendo thinner, solvente altamente inflamável. O acusado foi até o cômodo onde o tio morava e o encontrou dormindo. “Ocasião em que despejou parte daquele líquido sobre o corpo dele e ateou fogo em suas vestes, propiciando que as chamas se propagassem com rapidez pelo corpo”, relata denúncia feita contra o acusado pelo promotor criminal Adelmo Pinho.
Enquanto Michael fugia do local do crime, a vítima, ao perceber a existência de fogo, retirou as roupas que usava e correu para fora do imóvel. O fogo acabou se alastrando pelo corpo de Raimundo, causando sua morte.
No entendimento do MP, o acusado agiu motivado por “futilidade”, uma vez que os dois sempre tinham desavenças, o que deixou evidenciado “notória desproporção entre o crime e sua causa moral”, diz o promotor na acusação.
No entendimento da promotoria, o autor do crime agiu mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, vez que, utilizando substância altamente inflamável, ateou fogo sobre o corpo do ofendido quando ele se encontrava deitado em sua cama, sem que pudesse ofertar qualquer reação ao ato criminoso.
Michael está preso preventivamente, por determinação da Justiça, e se for condenado pode pegar pena de 12 a 30 anos de reclusão.