Sempre tive vontade de escrever sobre fake news (boatos), mas como cronista queria abordar o assunto sob o ponto de vista da prática, esperei surgir uma fake da esquerda.
Apesar de a mentira ser uma arma da direita, a esquerda se aventura de vez em quando a contar uma mentirinha, como essa do Trump elogiando Lula. Afinal, foi o Donald Trump que inventou a fake news na campanha eleitoral de 2016.
Essa fake news em pauta é uma mentira sem maldade, embora tosca. Não prejudica nenhum dos personagens. Lógico, o mais beneficiado era o Lula.
Minha primeira atitude foi divulgar o vídeo do Tik Tok em minha rede e aguentar as reações: “Até tu, CONSA!” ou “Já estou vendo Trump com outros olhos!” No vídeo, Trump elogia Lula e dá a entender que não tem nada com Bolsonaro.
Então, caro internauta, divulguei a fake new sabendo que era uma nota falsa, não fui um ingênuo, queria fazer uma experiência para escrever uma crônica. Até explorar meus sentimentos no momento da inserção.
Ela manifestava uma vontade de que o entendimento entre líderes mundiais podiam ser guiados pela razão, pela lógica. Chegava a ser uma proposta: tomem vergonha e busquem o entendimento.
Os dois líderes são amados e odiados e conforme suas atitudes, o amor e o ódio são propagados. Com essa fake new, o ódio deixaria de existir.
Não há fake news apenas na política, há na concorrência comercial e no campo da moral também, e quase sempre não são bem-intencionadas, mas fabricadas pela indústria cultural do mal.
Nessa mesma esteira, outro dia, sendo cronista, me achei um influenciador, mas prefiro ser mesmo um bobo da corte que, de tão desprezível, pode dizer o que pensa a todo o reinado. É bobo mesmo!
Mas qual a diferença entre uma crônica e uma fake news? O mundo se transforma e os nomes das coisas mudam também.
Tomara que o desejo do autor da fake news se realize, não importa o gênero da obra. Segundo o poeta brasileiro Mário Quintana, a mentira é uma verdade que não se tornou realidade.
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba (AAL), Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ.
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