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PARA REFLETIR... FILME NOMADLAND: ASSISTIR E TER UMA CONVERSA INTERIOR

Filme leva o público para dentro da rotina dos nômades e revela a face dura e cruel do capitalismo norte-americano

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O filme Nomadlan - tradução ao pé da letra "terra nômade", mas que pode ser "Sobreviver na América", dirigido por Chloé Zhao, que é uma diretora, roteirista, produtora e editora chinesa, conhecida por seu trabalho em filmes independentes norte-americanos. Ele foi inspirado no livro de mesmo nome da escritora Jessica Bruder.

 

No Oscar de 2021, o filme ganhou três prêmios: melhor filme, melhor direção e melhor atriz. Além de ter recebidos outros troféus pelo mundo afora.

 

Com a vitória, Zhao se tornou a segunda mulher a vencer na história do Oscar. Antes dela, apenas Kathryn Bigelow havia ganhado em 2010 com "Guerra ao terror".

 

A atriz Frances McDormand precisou mudar seu estilo de vida para filmar o longa. A produção durou cinco meses e passou por sete estados norte-americanos. Com isso, a artista, Zhao e o resto da equipe de filmagem passaram meses em uma caminhonete no oeste dos Estados Unidos.

 

SINOPSE

Após perder o emprego e o marido em questão de meses, Fern reúne seus pertences numa van e parte rumo à exploração de um novo futuro possível. Fora da lógica dominante na sociedade, ela se transforma numa nômade. Na verdade, nas aglomerações de vans e trailler, há sempre gente com lutos mal resolvidos, doenças crônicas e incuráveis ou com outros problemas psíquicos.

 

O filme leva o público para dentro da rotina dos nômades (terceira idade branca, sem aposentadoria e desempregada) e revela a face dura e cruel do capitalismo norte-americano, numa severa crítica ao modelo econômico da segunda década do século 21, que descambou para depressão econômica cujo ápice foi atingido em 2008. Filme parecido com "Você não estava aqui", de Ken Loach, que denuncia a precarização do trabalho.

 

Este filme foi retirado da Netflix, encontra-se na plataforma Telecine, por isso demorei em vê-lo. Valeu a pena, pois nas conversas entre as personagens, o espectador pode fazer uma reflexão sobre o seu modo de vida atual que valoriza o superficial em nossas vidas, a correria atrás do consumismo e das convenções sociais.

 

Talvez pelo mundo atravessar uma pandemia, o filme sensibilizou tanto a ponto de ganhar três prêmios. Ele é uma mistura de ficção e documentário.

 

Depois de assistir ao filme "Nomadland" é bom remoê-lo, ter uma conversa com sua voz de dentro, antes de ver ou ler uma outra história. 

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor


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