Anunciante
NADA DE COINCIDÊNCIA ÍNDIOS YANOMAMIS – PIETÁ

Para abrir a semana Hélio Consolaro relembra as cenas que chocaram os olhos humanos e fala do semblante de dor do povo, que um dia já foi o dono da terra

Anunciante

A semelhança entre o Cristo Morto, de Holbein, e o índio Yanomami não é mera coincidência. Ambos estão despidos de suas humanidades bem como de suas divindades. Ambos trazem no semblante a dor do abandono. Ambos, cadavéricos e rígidos, estão carregados de sofrimento e putrefação. Ambos insepultos.

 

Diante do Cristo Morto de Holbein, Dostoiéviski, estático por 15 minutos, emudeceu teve sintomas de epilepsia sem ser epilético. Como ficar indiferente? Como ignorá-lo?

 

Diante do índio moribundo estamos nós, e não há como fugirmos dele, fingirmos que não o vimos. Vimos! E em carne e osso. Pouca carne, muito osso. Carregado de muitas e indizíveis dores.

 

Ah, sim, ouso parafrasear o profeta Isaías:

 

"(...) não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para o que o desejássemos.

 

Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum".

 

Aí você me dirá: é sobre Cristo que Isaías está falando.

 

Daí eu lhe direi: sim, eu também. Porque quem não viu Jesus nesse Yanomami não o verá noutro lugar. (Texto de Dilson Cunha)

 

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor

 

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação)


Anunciante
O 018News não se responsabiliza pelas notícias de terceiros.
Copyright © 2024 018News. Todos os direitos reservados.