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TRISTEZA MARIA E DOURADO, VIDA INSEPARÁVEL, PERDERAM PARA O CORONAVÍRUS JUNTOS

Maria e Dourado morreram na última semana; não conseguiram vencer a Covid-19

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MARIA E DOURADO, UMA VIDA INSEPARÁVEL, PERDERAM PARA O CORONAVÍRUS JUNTOS

Morrer é um ato doloroso, mas há casos sui generis por causa das coincidências. Nesta semana, perdi um amigo e uma amiga, marido e mulher, por causa do coronavírus, com mais de 80 anos. Gente simples, trabalhadora, mas que cumpriu todas os deveres de bons cidadãos.

Ele se foi justamente no dia de seu aniversário: 23/09/2020. Fazíamos anos no mesmo dia. Na inscrição da placa do túmulo, dia e mês serão os mesmos entre o nascimento e o falecimento. Vrademir Dourado passou por essa data 84 vezes, comemorando a 85ª vez com a própria morte.

Ela se internou, infectada pelo vírus; três dias depois ele foi atrás e não voltou mais; três dias após, ela acompanhou o marido, não queria ficar sozinha. Filhos, netos, parentes amigos tiveram uma semana de luto intensa. Dois velórios simples por causa da doença, mas a "Missa de 7º Dia" será concorrida, merecem homenagem especial da igreja.

Maria e Dourado: casal inseparável. A vida social deles era a Igreja do Paraíso. Lá começaram a namorar. Ela, Filha de Maria; ele, mariano. No tempo em que a missa era celebrada em latim. Testemunhas oculares da fundação da paróquia Imaculado Coração de Maria. Os papas morriam, mas eles não. Foram tão beatificados em vida que Deus fechou os olhos e mandou o coronavírus para cumprir a missão.

Tiveram três filhos: Vrademir Dourado Júnior, esposa Mônica e filhos Vinícius e Guilherme; Vanderlei Izidoro Dourado, esposa Rita e filhas Nataly e Nayara; Valdinei José Dourado, esposa Tânia e filhas Amanda e Bianca.

Afilhados? Perderam a conta. A Bell Dourado, sobrinha e afilhada, foi quem me passou todos os dados para eu fazer esta crônica. Conheci bem os filhos, mas os netos…

Maria e Dourado partiram com o sentimento do dever cumprido. A simplesmente Maria era iluminada pelo ouro do Vrademir; ela era um presente dos santos para ele. A vida foi dura, mas enfrentada com dignidade.

* Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor, Araçatuba-SP


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