Então, o promotor público Adelmo Pinho vai lançar o segundo livro de sua carreira literária: "De pensar morreu um burro" pela editora da Academia Araçatubense de Letras. O título já é provocativo. Quem escreve pensa muito, mas poucos tem a coragem de escrever o que pensa. Principalmente, as grandes autoridades como Adelmo Pinho.
Revelou João Guimarães Rosa que escrever é muito perigoso, pois é tornar-se transparente, mostrar a sua cabeça para os outros vasculharem. Adelmo Pinho é um homem que trabalha com conceitos, filosofia, epistemologia.
Muitos não escrevem porque são analfabetos, outros são covardes, não confiam em si, alguns mais gostam de se ocultarem atrás da ignorância ou anonimato. Geralmente, a pessoa que escreve é a rês que sobrepõe ao rebanho, o sujeito diferenciado. Segundo o Frei Betto, o escritor é a pessoa que precisa extravasar: descobriu as pérolas e não consegue guardá-las só para si.
Com certeza, de tanto pensar, o Adelmo não vai morrer por indecisão como defendia Jean Buridan. Ele vai morrer burro porque segue Sócrates, "só sei que nada sei". Quanto mais sabe, se convence que nada sabe. E mais escreve.
Parabéns, Adelmo, por sua transparência!
LANÇAMENTO:
Sexta-feira, 15 de novembro, feriado, ás 19h30
Cafeteria Vila Sophia
Rua Regente Feijó, 274 – Araçatuba
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba (AAL), Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ.
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