Araçatubenses acabaram de viver uma tragédia, o mega-assalto. A ferida mal iniciou o processo de cicatrização, vai ter que reviver uma outra, mil vezes maior, que completa 20 anos: a destruição das torres gêmeas, World Trade Center (2.973 mortos).
Você, caro leitor, pode pensar que essa comparação pode ser absurda: Araçatuba e New York, pois 11 de setembro e 30 de agosto são datas separadas por 20 anos, mas os fatos foram norteados por naturezas idênticas: terrorismo.
Nós não podemos esquecer a data do mega-assalto (três mortes e cinco hospitalizados), tratá-la com menosprezo jamais. Esse fato sangrento precisa constar da história da cidade, a exemplo do que fazem os norte-americanos, relembrando os 20 anos de 11 de setembro de 2001. Recordar é viver e prevenir-se.
Na manhã de 11 de setembro de 2001, o garotão Consa estava com 52 anos, dando aula de redação para uma turminha de vestibulandos na sede da Academia Araçatubense de Letras, quando alguém chegou esbaforido, gritando a notícia.
Assistindo ao documentário "11/9: a vida sob ataque" (Globoplay), tive oportunidade de sentir de perto o sofrimento da população nova-iorquina com aquele ataque terrorista.
Para a megalópole norte-americana, era mais um dia rotineiro, daqueles que não comemoramos muito quando amanhece, e eis que a desgraça ocorre para que tudo saia dos trilhos.
Assim foi também no final modorrento de domingo, 30 de agosto de 2021. Não foi pouca coisa, caro araçatubense, aquilo que ocorreu conosco.
O ser humano não é bom por natureza, a civilização é que vai polindo a nossa barbárie. Não podemos afrouxar a sentinela da conscientização. Isso é um trabalho de todas as gerações.
OUÇA PODCAST DA FOLHA DE SÃO PAULO SOBRE OS 20 ANOS
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.