Nossa região está começando a conhecer os rostos que se apresentam e se declaram estar à disposição do povo, dos os eleitores. Pré-candidatos que tiram fotos com cachorros ao colo, crianças, idosos, têm ainda os que não poupam críticas aos governantes atuais como sua forma de conseguir seguidores nas redes sociais. Já estamos vendo de tudo um pouco, de todas as formas, para todos os gostos. Estamos vivendo mais um momento histórico das nossas vidas e alguns escolhidos dentre estas pessoas serão os rostos que nos representarão de 2021 a 2024.
Olhe para todas estas pessoas e se pergunte: Quem será você após a eleição de 2020? Esta é uma pergunta que devemos nos fazer antes de ir depositar nosso voto: Quem seremos após as eleições de 2020? Que mudanças queremos, o que manteremos e que cara teremos a partir de 2021?
Quando votamos em alguém, somos em parte estas pessoas e estas pessoas, em tese, somos nós, irão nos representar, falarão em nossos nomes e tomarão decisões com a nossa autorização. Votar em alguém é como assinar um cheque em branco. Os eleitos irão ser a imagem da cidade que moramos, que vivemos e que habitamos. Seria muito dramático se perguntar: Para quem eu quero entregar a minha voz, a minha casa, a minha rua, a minha cidade e a minha vida?
Que cara queremos manter ou ter a partir de 2021? Devemos nos fazer inúmeras perguntas pertinentes e precisamos refletir. E refletimos sobre isso? Um grande filósofo brasileiro chamado Tiririca ganhou uma eleição com um pensamento sublime: “pior do que está não fica”. Eu considero que a tese do Tiririca caiu por terra, pior sempre pode ficar se não levarmos a sério: pior do que está fica!
Seu voto é importante não apenas para você, mas para todas as pessoas. Nas eleições municipais, no fundo, começamos a escolher inclusive os representantes estaduais e federais. Pense bem, pense muito. É mentira que política não se discute. Devemos discutir política, ensinar política e analisar o cenário político para escolher com sabedoria. Nosso país não aguenta mais a política levada no sarcasmo, na brincadeira levando o “Poder” para as mãos erradas.
Eu tenho medo de pior do que está ficar, de em alguns casos não mudar e de em outros as oportunidades passarem. Nós precisamos nos olhar no espelho antes de ir depositar nossos votos e nos perguntar: Quem destes que aí estão se colocando à disposição para próxima eleição quero ser eu? Em quais destes rostos eu me reconheço? Não apenas me reconheço, mas também me reconhece. Para quem eu quero entregar minha casa, minha vida, minha família? E quem serão eles após a vitória? Continuarão os mesmos do período eleitoral? Continuarão sendo nós? E nós continuaremos sendo nós mesmos? Não nos enganemos com o pensamento “para mim nada muda, tanto faz qualquer um ganhar”. Dependendo quem está no poder, deixamos inclusive de ser nós mesmos.
* João Carlos Rodrigues é publicitário, professor e artista.
