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OBSERVAÇÃO ÓCIO CRIATIVO

Dificilmente surgem boas ideias ou projetos num ambiente de pressão no trabalho, destaca o promotor de Justiça, articulista e escritor, Adelmo Pinho

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Ócio significa falta de ocupação, folga ou repouso. Pelo senso comum, ocioso é alguém vagabundo, que não trabalha ... O personagem “Jeca Tatu” de Monteiro Lobato tinha esse perfil de vagabundagem, do tipo que “gosta de barranco, só para ficar encostado”.

 

A palavra “ócio” tem origem no grego arcaico, scholé, que no latim, significa escola. Será, porém, que o ócio pode ser produtivo de alguma maneira ou isso é uma total contradição?

 

A ideia do ócio criativo foi proposta pelo sociólogo italiano Domenico De Masi na década de 90. No seu livro, ele sustenta que o ócio criativo é uma maneira de conciliar o trabalho e a qualidade de vida.

 

Segundo Domenico: “existe um ócio alienante, que nos faz sentir vazios e inúteis. Mas, também um outro ócio, que nos faz sentir livres e é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade”.

 

Lembram do estudo sobre a descoberta da lei de gravidade, com alusão a Isaac Newton, quando a maçã cai na cabeça da pessoa sob a árvore? Verdade ou não, essa situação retrata o surgimento de uma ideia genial num momento de descanso ou de reflexão. Dificilmente surgem boas ideias ou projetos num ambiente de pressão no trabalho.

 

A siesta dos europeus – descansar no horário do almoço – é um bom exemplo de ócio produtivo. Ser humano não é máquina que não desliga: o repouso é necessário e produtivo.

 

O fenômeno da tacocracia, ao contrário, é a adoção do ritmo de vida acelerado, gerador de doenças da mente. É a ditadura da velocidade. Penso que nem precisamos ser “Jeca Tatu” e nem trabalhar até a exaustão para cumprir metas ou ganhar mais dinheiro.

 

A vida passa rápido ... Trabalhar é bom e necessário, mas, aproveitar a vida, também.

 

Como poetizou Mário Quintana: “De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros, são realmente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós; não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E, isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo e errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o coração no momento. E só.”

 

Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba (SP), articulista e escritor

 

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação)
 


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