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OPINIÃO SANTO AGOSTINHO: “O PECADOR QUE VIROU SANTO”

Para o filósofo, é necessária a busca interior para conhecer o mal que nos habita, observa o promotor de Justiça, Adelmo Pinho, em crônica

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Agostinho de Hipona ou “Santo Agostinho”, foi Bispo de Hipona, cidade da província romana da África, no século IV d.C., sendo importante filósofo e teólogo do início do Cristianismo. Na obra “Confissões”, uma autobiografia, Agostinho, conhecido como “o pecador que virou santo”, fala da sua vida errante e orgíaca antes de sua conversão – que significa mudar de lado.

 

Em “Confissões”, ele consegue conciliar a teologia e a filosofia, a fé e a razão. A moral foi também muito explorada pelo filósofo para comparar sua vida antes e depois da conversão.

 

Ele discorre na obra sobre suas mazelas, confessando-as perante Deus. Mas, a questão central para Agostinho era resolver o enigma: “se Deus é bom, porque aceita o mal no mundo?”.

 

A conclusão chegada por ele, foi que o homem veio ao mundo com o pecado original (Genesis – Antigo Testamento), tendo a liberdade entre praticar o bem ou o mal (livre arbítrio).

 

O mal, assim, seria algo sem essência – o bem sim a teria, mas inato ao ser humano, o qual somente perdura na ausência do bem.

 

O mal, desse modo, seria um caminho necessário, ainda que desviado, para se alcançar o bem. Mas, como se sair do mal para alcançar o bem?

 

Para Santo Agostinho, o ser humano deixa o caminho do mal para trilhar a busca do bem, através da graça de Deus, como se deu com ele próprio.

 

Para o filósofo, é necessária a busca interior para conhecer o mal que nos habita, sendo que o caminho do bem se dá pelo recebimento da graça divina. Disse o Santo, no livro: “mas, ao princípio, desertando de Vós, éramos arrastados para o mal”.

 

Ele furtava peras do vizinho quando adolescente. Era um humano, suscetível ao erro. Deus, afirma Santo Agostinho, é onisciente, onipresente, onipotente e essencialmente bom, mas a sua criação, ou seja, o ser humano, optou por um caminho errante, por ter um “defeito” de origem, denominado “pecado original”.

 

Interessante que o filósofo nessa obra retrata um mundo real e não fantasioso, enfrentando seus erros e expondo suas dores.

 

Há também aspectos em “Confissões”, em que o filósofo aborda a necessidade de lidar com os desejos, recomendando moderação, apontando que o mal do ser humano também possui estreita ligação com a alma.

 

“Confissões”, assim, é uma obra de ótimo conteúdo e atemporal, que merece leitura e reflexão.

 

Adelmo Pinho é promotor de Justiça em Araçatuba (SP).

 

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação)


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