Anunciante
OPINIÃO SÃO TOMÁS DE AQUINO, UM FILÓSOFO MODERNO NA IDADE MÉDIA

O promotor de justiça e articulista, Adelmo Pinho, aborda a fé e a razão, defendidos por Santo Agostinho, e sua influência sobre a Igreja Católica, na coluna Reflexões desta semana

Anunciante

São Tomás de Aquino nasceu em família nobre no condado de Aquino, no Reino da Cecilia (atual Itália), por volta de 1225. Foi teólogo e filósofo, fundador da escola Tomista e ligado à escolástica - escola com viés crítico, que valorizava a ciência. Procurou com suas ideias conciliar a fé e a razão, como Aristóteles e Santo Agostinho.

 

Essa forma de pensar de São Tomás de Aquino influenciou a filosofia ocidental e a teologia cristã, especialmente da Igreja Católica. Em 1323, cinquenta anos depois de sua morte, foi considerado santo.

 

Ele adotou o "Princípio da Causalidade" de Aristóteles, escrevendo sobre as "Cinco provas da existência de Deus", sendo elas: primeiro motor imóvel (o ser que tudo move); primeira causa eficiente (origem ou a causa de tudo); ser necessário (eficiente - existe por si) e os seres possíveis (dependentes de outros seres e coisas ou contingentes); graus de perfeição (diz respeito à evolução do ser) e governo supremo (inteligência que tudo comanda).

 

Para São Tomás de Aquino, o ser humano é composto de corpo (matéria) e alma (forma espiritual), sendo o homem um intermediário entre a divindade (Deus e anjos) e plantas, animais e minerais.

 

Ele adotou também o "Princípio da Singularidade", pregando que os homens são semelhantes a Deus na sua capacidade de amar, mas não há uma pessoa igual a outra. Deus, para ele, está na causalidade, ou seja, é a causa e o criador do homem, do céu, da terra, das plantas, do tudo ou do nada.

 

A correlação entre "essência" e "existência" foi outro dos seus ensinamentos, sob o fundamento de que na essência do homem reside o amor, singularidade que nos assemelha a Deus; na existência somos provados a manter ou não a essência.

 

Quando o homem mata ou estupra, por exemplo, afasta-se de sua essência - que é de amor - usando do seu livre arbítrio, para optar pelo caminho do mal (Santo Agostinho ensinou que a mal surge na ausência do bem).

 

Pensemos: o criminoso ou o cauila são felizes, despidos de amor? Para São Tomás de Aquino, o homem errante, para se redimir, precisa retornar à essência para manter uma existência coerente com ela, que é a constituída de amor, oriunda de Deus, que é onisciente, onipresente e onipotente.

 

Pregou ele, também, a premissa da não verticalidade, no sentido de que todos os homens são irmãos, filhos de um único Criador (Deus), ou seja, estão no "mesmo nível". Essa premissa, por si, rejeitaria castas ou hierarquias, as quais, em princípio, desumanizam e afetam a igualdade.

 

Há quem defenda que São Tomás de Aquino Cristianizou as ideias de Aristóteles. A sua ideia de uma "verdade racional" (do intelecto) aliada à "verdade metafísica" (da fé), marcou a história, porque rompeu com a tradição religiosa de que a "verdade" estava somente no divino.

 

Enfim, deixou esse santo um legado de amor, sabedoria e fé, sendo considerado por suas ideias inovadoras um filósofo moderno na idade média.

 

Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba (SP) e articulista

 

(Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação)


Anunciante
O 018News não se responsabiliza pelas notícias de terceiros.
Copyright © 2024 018News. Todos os direitos reservados.