Um pecuarista de Araçatuba, identificado pelas iniciais L.J.V., foi preso nesta quarta-feira (04) pela Polícia Federal, durante a Operação Voo Baixo, deflagrada para desarticular quadrilha que que recebia cocaína da Bolívia e fazia a distribuição da droga por meio de aeronaves, usando como base fazendas no Mato Grosso do Sul e de São Paulo, até chegar ao Porto de Santos, onde era embarcada em navios para a Europa.
O pecuarista alvo de um mandado de prisão expedido para Araçatuba, teria sido detido, na verdade, em Paranaíba (MS), onde seria um dos administradores de um frigorífico arrendado para ser usado pela quadrilha na lavagem de dinheiro. Ele é genro da herdeira de uma das mulheres mais ricas da cidade, dona de um império no ramo da pecuária.
O araçatubense, de acordo com fontes ligadas à Polícia Federal, seria dono de uma loja de conveniência em uma tradicional rua da cidade, além de figurar como sócio em uma indústria de uma indústria de telhas ecológicas e um comércio de materiais de construção. Além de ter uma agropecuária na cidade de Três Lagoas (MS), avaliada em R$ 3,38 milhões.
De acordo com as informações apuradas, o araçatubense teria ligação direta com o cabeça da quadrilha desarticulada nesta quarta-feira, Rubens de Almeida Salles Neto, que é de Paranaíba e foi preso pela manhã em um condomínio de luxo em São José do Rio Preto. Junto a ele também foram detidos a esposa, Beatriz Gatti Simões, e o irmão, Carlos Salles.
Duas aeronaves foram apreendidas no aeroporto de Rio Preto e dois carros de luxo, um Chevrolet Camaro e uma Mercedes, recolhidos em um condomínio da cidade. Ainda de acordo com a polícia, duas armas foram apreendidas na casa de Rubens e Beatriz.
RESULTADOS DA OPERAÇÃO
Nesta quarta-feira, policiais federais cumpriram 46 mandados judiciais decorrentes da “Voo Baixo”, sendo 33 de busca e apreensão e 13 de prisão. No decorrer da quarta-feira, parte da imprensa regional chegou a informar que o araçatubense foi detido na cidade, o que não ocorreu. L.J.V. foi localizado no Mato Grosso do Sul, segundo fontes da PF, onde vinha atuando na gestão de um frigorífico usado para lavar dinheiro do tráfico internacional, um dos crimes pelos quais ele deverá responder.
A “Voo Baixo” foi iniciada em maio de 2018 e desde então as ações executadas pela Polícia Federal resultaram na apreensão de cerca de 2,6 toneladas de cocaína e na prisão de 11 pessoas. Foram apreendidas, ao todo, 15 aeronaves e solicitado o sequestro de imóveis, incluindo três fazendas. Ossuspeitos serão indiciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico, com penas que vão de 5 a 15 anos de prisão e multa, e de 3 a 10 anos de prisão e multa, respectivamente.