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Parte da imprensa de Araçatuba começou a semana divulgando informação sobre uma certa mortandade de peixes no córrego Machadinho, precisamente tilápias, entre o trecho que compreende a avenida da Saudade e a rua Duque de Caxias. Uma região do manancial bem próxima ao local onde a Prefeitura executa obra de prolongamento da avenida Joaquim Pompeu de Toledo até a rodovia Marechal Rondon (SP-300).
Ocorre que, apesar de todo alvoroço, o que se constata, menos de uma semana após o ocorrido, é que órgãos ambientais que estiveram no local para averiguar tal denúncia não acharam anormalidades. A Cetesb (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que além de não ter encontrado peixes mortos quando seus técnicos estiveram no local, a água, coloração e oxigenação da mesma se encontravam normais.
A Samar (Soluções Ambientais de Araçatuba), por sua vez, pediu análise para averiguação da carga orgânica da água e aguarda resultado. Já a secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do município registrou auto de inspeção afirmando que, ao percorrer o córrego Machadinho, encontrou cardumes de variadas espécies, com peixes de tamanhos médios de 20 centímetros, nadando tranquilamente pelo local, sem qualquer tipo de problema.
Uma informação importante do auto de inspeção é que, caso tivesse ocorrido algum problema de contaminação da água, ao ponto de matar “milhares” de peixes como chegou a ser anunciado por alguns veículos, exemplares teriam sido encontrados mortos por praticamente toda extensão do manancial, a partir de um eventual ponto de contaminação. Peixes apareceriam mortos, inclusive, no ribeirão Baguaçu, onde deságua o Machadinho, o que não foi registrado.
Uma outra questão bastante importante é que as espécies encontradas mortas no Machadinho, curiosamente entre a avenida da Saudade – onde se inicia a obra de prolongamento da Pompeu de Toledo –, até a rua Duque de Caxias, tinham tamanho bem superior a exemplares de peixes normalmente catalogados no córrego. Da mesma forma, com coloração também diferenciada. E mais: com indícios de que os peixes possam ter sido jogados já mortos no córrego, por alguém mal-intencionado, com a finalidade de causar desgastes.
Diante de um conjunto de dados sobre a tal mortandade de peixes no referido córrego, não é de se duvidar que há uma grande conspiração contra a execução da obra na Pompeu de Toledo e que pessoas, entidades e desocupados sem coisa mais importante a fazer estão querendo ver o “circo pegar fogo em dia de greve dos Bombeiros”.
O que seria uma demonstração clara de que há em Araçatuba, ainda aos montes, pessoas com mentalidades pequenas que não querem saber do crescimento da cidade. Que colocam as vaidades políticas – e as birras porque não ganharam cargos comissionados nesse ou naquele governo – à frente do melhor para uma população.
Como indica o episódio das tilápias “mortas” no Machadinho. Um dos mananciais da cidade que está recebendo, em um de seus trechos, uma obra milionária que só agora está saindo do papel após décadas de promessas e que, pelo visto, não está agradando. Muito disso, pelo fato de a Prefeitura ter obtido recursos por meio de financiamento com a Caixa Econômica Federal, questão que, na mentalidade dos que não pensam, vai deixar o município endividado e sem condições para que futuros gestores possam fazer o mesmo. No caso, também pedir empréstimo para custear suas promessas de campanha a longo prazo.
Basta gastar uma quantidade mínima de neurônios para entender como se deve o que está acontecendo, politicamente, em Araçatuba. Até porque, em se tratando de obras na Pompeu de Toledo, às margens do Machadinho, já presenciamos entidade de outra cidade tentando barrar tal construção na Justiça bem ao estilo daqueles que não cuidam da própria casa mas estão sempre prontos para questionar o que acontece no quintal do vizinho. E também tivemos o caso das famosas corujas da Pompeu, que também renderam questionamentos sobre o futuro de sua morada, ameaçada pelo prolongamento da via.
Questões lamentáveis para quem, simplesmente, abre mão de pensar olhando para frente. Só para defender seus interesses mesquinhos e politiqueiros. Pessoas, muitas delas, que passaram anos se aproveitando de cargos apaniguados na administração municipal e que não querem, não aceitam e fazem de tudo para impedir o direito do outro.
Em uma cidade com tantos problemas a serem corrigidos, certo é que, entre corujas e tilápias, o jogo sujo da política pode não dar o resultado esperado aqueles que imaginam estar conduzindo “brilhantemente” as peças do tabuleiro.
Se a questão política continuar nessa toada, a história mostra que os tombos podem ser dos grandes para quem entra numa disputa com armaduras imponentes sem ter, dentro delas, sustentação à altura para o devido embate na hora em que coisa passar a valer de verdade.