Araçatuba
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CULTURA ASSOCIAÇÃO INDIGENISTA RESTAURA ACERVO DE MUSEU

Objetos deixaram o museu Marechal Cândido Rondon para serem restaurados

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Objetos indígenas que compõem o acervo histórico e cultural do Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon deixaram o seu lar e ficarão fora pelos próximos meses, mas por um motivo muito nobre: eles passarão por um processo de preservação e restauração.

 

Utensílios, armas, acessórios, instrumentos musicais e outros objetos originais da tradição indígena pertencentes ao acervo araçatubense começam ser restaurados por integrantes da Assindar (Associação Indigenista de Araçatuba e Região).

 

O presidente da Assindar, Ricardo Godói Terena, além de Pablo Godói Terena e o equatoriano Amaru, nome artístico do também indígena Luis Ronaldo Cacuango Córdova, são os integrantes da equipe que está tratando de tudo, nas dependências do MAAP (Museu Araçatubense de Artes Plásticas).

 

Segundo Tieza Lemos Marques, secretária municipal de Cultura de Araçatuba, a suspensão das visitas públicas ao museu Marechal Cândido Rondon foi solicitada em 2017, em razão do estado estrutural do local, que se encontrava danificado por infestação de cupins. “Além da descupinização, constatamos que seria necessária a revitalização completa dele, tanto da parte física como de seu acervo, que é riquíssimo, diversificado, dentro do qual se encontra o acervo do índio. São muitas peças de valor histórico imenso”.

 

A Assindar está fazendo esta restauração e análise do acervo, preparando para depois proceder a catalogação, que exige que as peças estejam íntegras. “Araçatuba tem esse privilégio de ter em seu território uma associação indigenista. Além desse trabalho operacional e artesanal, eles têm uma ligação afetiva muito grande com essas peças. É interessante que eles vêm executar o trabalho com esses acessórios da indumentária indígena, como cocares, roupas, colares, além dos itens de proteção, como uma forma de aproximação dos antepassados. É um trabalho cultural realmente diferenciado”.

 

A Assindar ocupa como sede uma das casas da antiga vila ferroviárias, cedida a título de uso precário. Foi contratada para esta fase inicial de avaliação e separação, pois há também itens em estado de impossível recuperação, que terão sua existência em registro descritivo e fotográfico, mas que serão descartados. As outras partes serão catalogadas e acondicionadas dentro das exigências técnicas, para que sejam, posteriormente, devolvidas ao Museu restaurado.

 

Tieza esclarece que a associação presta o serviço por meio de contratação direta, ao valor de R$ 17,5 mil (dezessete mil e quinhentos reais) em razão de sua especificidade. “Eles têm expertise, estávamos procurando alguém que tivesse essa qualificação. Não é uma mesa antiga, um móvel qualquer. Trata-se de um acervo museológico. O museu não é só o móvel. Um museu é o que ele contém”.

 

O presidente Terena, museólogo, descreve a responsabilidade sobre o serviço. “Já estamos há 30 dias neste trabalho. Não faremos só a restauração, mas temos também a responsabilidade da conservação, preservação e acondicionamento dos acervos que estamos recuperando. Nosso trabalho consiste em trazer vida ás peças, tudo de forma manual, de acordo com sua originalidade e com o respeito que merecem”, considera.

 

“Para mim é uma honra restaurar o acervo do meu povo. Amo o que faço, adoro esse tipo de trabalho e agradeço pela confiança depositada em nós”, declara.

 

A Assindar existe há cinco anos e tem associados das etnias Caigangue, Guarani e Terena, que cuidam da casa. A sede está na rua XV de Novembro, nº 73, centro, ao lado do Camelódromo. O espaço é aberto à visitação e acolhe indígenas, tanto brasileiros como estrangeiros.


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