A Prefeitura de Birigui retomou nesta segunda-feira (23/05) os atendimentos que eram prestados pelo Centro de Atendimento Especial, conhecido popularmente como 'Berçário Especial', para moradores da cidade portadores de paralisia cerebral severa. O serviço agora passou a ser prestado de forma integral pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
O termo de colaboração entre o município e a Apae foi assinado nas dependências da entidade nesta segunda e o serviço a partir de agora passa a ser chamado de Unidade de Cuidado Diário.
Os atendimentos vão continuar sendo prestados de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h. No espaço dentro da Apae, os dez pacientes, com idades entre 5 e 42 anos, terão atenção integral de cuidadoras e o acompanhamento multidisciplinar com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicóloga, fonoaudióloga e nutricionista.
As atividades no "Berçário Especial", que funcionava num imóvel na rua Belmonte, no Centro, foram paralisadas no início da pandemia da covid-19, em março de 2020. No novo espaço a condição para fazer uso do serviço continua sendo a mesma. Ou seja, o grau da deficiência e a situação socioeconômica das famílias.
"O antigo espaço não atendia mais as especificações do serviço e havia uma insuficiência no atendimento. A partir de agora, instalado em um local onde há todo o aparato necessário e o apoio profissional adequado, estamos devolvendo para os pacientes um atendimento de excelência que eles precisam e merecem", apontou a secretária de Saúde de Birigui, Cássia Rita Santana Celestino.
COMPLETO
De acordo com a coordenadora de saúde da Apae, Gislaine Garcia Galhardo de Campos Salles, todos os inscritos na Unidade de Cuidado Diário foram admitidos após rigoroso trabalho de triagem que incluiu apresentação de laudo médico e entrevista com assistente social.
"O plano de trabalho proposto para os pacientes atendidos vai desde a parte médica, com as terapias, frequência na ala escolar para aqueles que possuem condições, até a interação social. Muito importante nesse período pós-pandemia", contou Gislaine.
REIVINDICAÇÃO
Desde que teve as atividades interrompidas, a retomada dos serviços prestados pelo “Berçário Especial” era motivo de reivindicação por parte das famílias que tinham seus filhos atendidos no local.
“Passamos por tempos muito difíceis. Nestes quase dois anos sem o tratamento adequado, minha filha apresentou regressão em seu estado físico. As mãos, por exemplo, que ela tinha um pouco de movimento, estão atrofiadas”, contou Vânia Alexandra Marques, de 41 anos, mãe de Jayni Suzani Marques Dias, de 22, que frequenta o espaço.
Segundo Vânia, a jovem que é acometida por paralisa cerebral severa, agora terá de passar por correção cirúrgica nas mãos devido o tempo em que ficou sem atendimento.
Outro ponto destacado pela mãe da jovem é com relação ao tempo que a filha irá passar na Unidade de Cuidado Diário. “Quem tem filho especial sabe que o dia a dia é desafiador, sem muita colaboração com os cuidados que eles necessitam e sem condições de fazer desenvolver trabalho remunerado, nossa vida é regrada financeiramente”, destacou a mãe.
Agora, segundo ela, sabendo que tem um local com segurança e todos os cuidados necessários para que a filha possa ficar, também terá condições de buscar recurso financeiro trabalhando para compor a renda familiar.