“A construção civil é um termômetro da economia. Da mesma forma que é um dos setores que mais sentem os efeitos das crises, também antecipa o cenário de crescimento. É exatamente o que está correndo em Birigui”. O comentário do diretor da construtora BRN, Evandro Cruz, dá a medida exata da recuperação da construção civil. Em evento realizado na terça-feira (26), na ACIB (Associação Comercial e Industrial de Birigui), a empresa acabou um empreendimento residencial com 711 casas. O conjunto será construído no prolongamento da avenida José Masson, na região Norte da cidade.
Outros três empreendimentos foram lançados no segundo semestre deste ano na cidade. Juntos, os três condomínios de médio e alto padrão (Vila Lobos, Boa Vista e Adisa), mais o residencial da BRN, somam mais 2 mil unidades (entre casas e lotes), investimento superior a R$ 50 milhões, e VGV (Valor Global de Vendas) que ultrapassa R$ 180 milhões.
Segundo o presidente do Sinduscon OESP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil da Região Oeste do Estado de São Paulo), Aurélio Luiz de Oliveira Júnior, entre os motivos que explicam a reconstrução do setor está a queda da inflação, a redução das taxas de juros do financiamento imobiliário, o acirramento da concorrência entre os bancos, e o planejamento do poder público local. Ele destaca que, com a taxa Selic no menor patamar da história, o custo dos financiamentos está descendo a ladeira.
Na Caixa, banco que lidera o crédito voltado à compra da casa própria, a redução dos juros caiu 22,9% em 2019. As novas taxas partem de 6,75% ao ano, o que representa uma economia de um carro zero quilômetro, de R$ 35 mil, para financiamento de R$ 250 mil em 30 anos. Além disso, a estatal lançou uma nova linha de crédito imobiliário indexado ao IPCA (o índice de inflação oficial), com taxas a partir de 2,95% ao ano, mais IPCA. “Na prática, isso representa uma parcela 40% menor, em relação ao financiamento indexado à TR (Taxa Referencial). Esse conjunto de fatores é muito favorável ao consumidor e, consequentemente, às construtoras”, explica Oliveira Júnior.
NÚMEROS POSITIVOS
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que, entre abril e julho últimos, o número de lançamentos no país aumentou 11,8% ante o mesmo período de 2018. De acordo com o levantamento, foram lançados 30.607 unidades residenciais no segundo trimestre deste ano. Desse total, 21.044 foram construídos no Sudeste e 3.649, no Centro-Oeste.
Especificamente no caso do lançamento do Novo Portal do Parque, em Birigui, que estava previsto para meados do ano que vem, contribuiu também o fato de a BRN não contar mais com estoque de imóveis no município. “Como vendemos praticamente tudo o que tínhamos à disposição, aproveitamos esse bom momento da construção civil para antecipar o processo. O fato é que estamos confiantes na retomada do setor e da economia como um todo”, afirma Cruz.
Os indicadores de atividade e de emprego na indústria da construção brasileira alcançaram em outubro o maior nível dos últimos sete anos, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada na segunda-feira (25). O Índice de Nível de Atividade alcançou 49,9 pontos no mês passado, semelhante ao registrado no fim de 2012, enquanto o Índice de Número de Empregados ficou em 48,5 pontos, também o mais alto desde outubro de 2012. Segundo a CNI, os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100 pontos e, quando estão abaixo de 50 pontos, mostram queda da atividade e do emprego. “Os resultados consolidam a tendência de crescimento do setor”, diz nota da confederação.
Já o Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icei-Construção) subiu para 62 pontos neste mês. Com o crescimento de 3,2 pontos em relação a outubro, o indicador está 8,4 pontos acima da média histórica, que é de 53,6 pontos. A confiança do setor aumentou, porque melhorou a percepção dos empresários sobre as condições atuais da economia.
A disposição para fazer investimentos melhorou: o índice de intenção de investimentos – compra de máquinas e equipamentos, pesquisa, desenvolvimento e inovação de produto ou processo – aumentou para 37,9 pontos neste mês e está 5,4 pontos acima do registrado há um ano e 4,1 pontos acima da média histórica.
NOVO PORTAL DO PARQUE
Com plano agressivo de mercado, a BRN vai montar um plantão de vendas na avenida Barão do Rio Branco, 451, no Centro da cidade, e iniciar no próximo dia 30 os cadastros dos interessados no Novo Portal do Parque. “Vamos agilizar a aprovação do pré-cadastro no (programa) Minha Casa Minha Vida, para chegar no dia do lançamento com a maior parte da primeira fase do residencial praticamente negociada”, explica Cruz.
Com projeto funcional, as casas do Novo Portal do Parque serão construídas em terrenos de até 261 m2, contarão com dois quartos, sala com dois ambientes, cozinha, duas vagas na garagem, lavanderia, e quintal amplo com possibilidade de expansão. As condições comerciais chamam a atenção, pois há subsídio de até 31.665,00 para a Faixa 1,5 do Minha Casa Minha Vida, e de até R$ 20.035,00, na Faixa 2. Existe a possibilidade de financiamento de 100% do valor do imóvel, com utilização do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Outra opção é a entrada facilitada pela construtora.