O CTO (Centro de Tratamento Oncológico) da Santa Casa de Araçatuba recebeu, nesta quarta-feira (18), o banco móvel de perucas da Ong Cabelegria. O objetivo da ação foi doar o acessório para mulheres que passam por tratamento contra o câncer e enfrentam a queda do cabelo devido efeito da quimioterapia.
Conforme a enfermeira responsável pelo CTO, Laís Cristina Rosa, ações como essa ajudam a elevar a autoestima dessas mulheres que estão fragilizadas pela doença. “Além da dor elas têm a autoestima muito afetada durante o período de tratamento”, completou.
Atualmente, o CTO de Araçatuba recebe cerca de 800 pacientes mês. Segundo a enfermeira a maior parte desses doentes são mulheres que enfrentam o câncer de mama. Na sequência, o câncer mais tratado na unidade é o de próstata, seguido por cabeça e pescoço e sistema digestivo. Entre as crianças se desponta a leucemia.
Cláudia Regina Citro, 47 anos, de Andradina, foi uma das pacientes que realizou o desejo de ter uma peruca durante a ação. Ela que já tratou de um câncer no ovário agora retornou ao CTO devido a uma recidiva que gerou um tumor no peritônio (membrana que reveste o abdome). Devido a evolução da doença, ela vai iniciar segunda etapa de quimioterapia.
“Eu sempre quis comprar uma peruca, mesmo não colocando a vaidade em primeiro lugar na minha vida. Perder o cabelo não foi fácil. O cabelo para uma mulher é tudo. Tenho certeza que minha autoestima vai mudar muito”, afirmou.
DOAÇÕES
Para confeccionar as perucas a Cabelegria recebe doações de cabelo humano de todo o Brasil. As peças são produzidas no ateliê da entidade, na capital paulista, e repassadas sem custo nenhum para as pacientes.
Juliana de Souza Joaquim, responsável pelo ateliê da Cabelegria, contou que desde que começou a pandemia causa pelo coronavírus, Araçatuba foi a primeira cidade que recebeu a visita da unidade móvel.
“Produzimos uma média de 100 perucas mês. Para cada hospital que visitamos levamos um acervo de 30 peças para serem entregues de graça para as pacientes”, disse. No momento da entrega, a paciente também aprende como cuidar e conservar o acessório.
Juliana disse que as pacientes que não conseguiram ir até o CTO, ainda podem solicitar uma peruca pela internet. Basta acessar as redes sociais da Cabelegria ou enviar um e-mail para cabelegria@gmail.com com os documentos digitalizados: laudo médico, RG, CPF, comprovante quimioterápico e comprovante de residência.
Conforme ela a Ong também usa os Correios para receber a doação de matéria prima para a confecção das perucas. Todos os tipos de cabelo – mesmo aqueles que foram tratados com química –, podem ser doados. A única regra é para que as mechas tenham no mínimo 20 cm. Elas podem ser enviadas para a Caixa Postal 75207, São Paulo/SP.