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A Câmara de Araçatuba vota, na sessão desta segunda-feira (17), proposta apresentada pelo vereador Cláudio Henrique da Silva (PMN) que prevê a redução do número de vereadores para a legislatura que se inicia em 2021. O projeto que vai a apreciação em plenário prevê a diminuição das atuais 15 para 12 cadeiras no Legislativo.
É um projeto que, se não for adiado novamente ou retirado de apreciação, pode dar o que falar, pois não há uma decisão formada sobre ele entre os próprios vereadores. A proposta de Cláudio é uma clara medida de enfrentamento a um outro assunto que vem sendo usado politicamente para jogar a população contra os vereadores: o valor pago a assessores parlamentares.
CONFRONTA À DEMAGOGIA?
Cláudio apresentou o projeto de redução depois que Lucas Zanata (PV) levou para plenário e distribuiu para a imprensa local posicionamento contrário á quantidade de benefícios e valores pagos a assessores de vereadores.
Curiosamente, Zanatta começou a bater nos valores pagos a assessores depois que os seus próprios funcionários no Legislativo tiveram acrescidos aos salários um terço a mais do que ganham e mais 39% do vencimento por um período de pelo menos um ano e meio.
Confirme documentos registrados na Câmara de Araçatuba, Zanatta, que hoje defende salários de R$ 3 mil para assessores parlamentares e R$ 4,5 mil ao chefe de gabinete, pediu a concessão de gratificação de 39% para assessores e 40% a seu chefe de gabinete, além de um terço sobre o valor do salário base, nos dias 4 e 9 de janeiro de 2017.
O parlamentar verde, que hoje defende a moralidade nos gastos com vereadores, manteve os salários “gordos” a seus aliados até 27 de junho de 2018, quando solicitou a retirada de gratificações a seus aliados. Nos anos de 2017 e 2018, os dois da atual legislatura e período em que Zanatta ocupou cargo de secretário na Mesa Diretora da Câmara, seus assessores geraram ao Legislativo de Araçatuba uma despesa de R$ 721.145,23.
VAMOS VER NO QUE DÁ…
Ao site 018 News, o vereador Cláudio Henrique da Silva não negou que seu projeto é um enfrentamento ao que propõe Lucas Zanatta. “Se ele quer reduzir despesas na Câmara, vamos começar cortando cadeiras. É muito fácil ter ficado um bom tempo com assessores ganhando gordos salários e agora, em ano pré-eleitoral, querer jogar para a galera, de forma demagógica, uma questão que não vai mudar da noite para o dia e que, para ser viabilizada, precisa de mudanças por força legal. É fácil falar em reduzir salários se assessores e jogar isso na imprensa sem explicar, corretamente à população, como isso deve ser feito”, afirma Cláudio.
O parlamentar do PMN afirma não ter problemas com a questão salarial de assessores e diz que Zanatta deve explicar à população por qual motivo pediu uma série de benefícios a seus aliados, com menos de dez dias de seu primeiro mandato, e só resolver tirar as gratificações um ano e meio depois.
“Não sejamos hipócritas. Na Câmara, todos nós vereadores sabemos como as coisas funcionam, principalmente no que diz respeito aos recursos que saem do orçamento municipal para a manutenção das atividades da Casa. Os milhões que chegam ao Legislativo obedecem lei federal e não é cortando salários de assessores que vamos ter a garantira de que eventuais sobras da Casa vão gerar obras ou outros benefícios à população, pois o dinheiro devolvido não pode ser, assim feito, com destinação imposta pela Câmara. Os vereadores podem fazer a firula que for, dizendo que a sobra do orçamento deve ser usada ‘assim ou assado’, mas quem decide isso é o prefeito e mais ninguém”, afirma Cláudio.