Polícia
A MANDO DE FACÇÃO CARTA ACHADA COM PRESO DA REGIÃO TEM NOVA ORDEM PARA MORTE DE PROMOTOR

Manuscrito faz referências ao representante do MP, que é chamado de "tirano" por bandidos

Não era para o promotor de Justiça Lincoln Gakiya conceder entrevistas e prosseguir no combate ao crime organizado. Pelo menos não nos planos da principal facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas e em todo país. Os bandidos querem a morte dele há quase dois anos e os planos para executá-lo seguem ativos.

É o que aponta uma carta apreendida na última quinta feira (17) na Penitenciária 1 de Presidente Bernardes (SP). Ela é bastante direta. Existem várias referências ao nome “Lincon”, também tratado como “japoneis”, por palavrões e como “tirano”.

O motivo para isso e para a ordem que está sendo dada é claro. É uma retaliação pelas transferências dos líderes da quadrilha para presídios federais.

Lincoln Gakiya foi quem fez o pedido de remoção de 22 chefes da facção para presídios federais, o que ocorreu em fevereiro do ano passado. Antes de serem transferidos, em dezembro, o comando já havia repassado um “salve”, uma ordem para os integrantes, se fossem transferidos, o promotor deveria morrer.

A carta apreendida em Presidente Bernardes reforça que há o aval e o apoio do comando para acabar com a vida do promotor. Há ainda uma cobrança para os bandidos que estão nas ruas: a missão deve ser concluída o mais breve possível.

O autor da carta é Wesley Ferreira Sotero, de 25 anos, conhecido como “Magrelo”. Ele cumpre pena de 17 anos de prisão por roubo e tráfico de drogas. A carta estava escondida nas roupas dele, mas foi localizada por um agente durante uma revista pouco antes de uma consulta odontológica dentro do próprio presídio.

O Ministério Público acredita que a carta seria repassada a outros presos que ficariam responsáveis por mandar a informação para a rua, mais especificamente para um setor da quadrilha conhecido como sintonia restrita. Um setor especializado em planejar e praticar assassinatos.

O promotor segue acompanhado por um forte de esquema de segurança, que envolve grupos de elite da Polícia Militar paulista. Mesmo ameaçado, ele continua trabalhando e reforça que o caminho para os bandidos que planejam atentar contra a vida dele vai ser o mesmo dos chefes da quadrilha.


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