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CASO BELENTANI Com salão lotado, começa júri que pode condenar PM a até 38 anos

Vinícius Coradim Alcântara é, segundo o MP, réu confesso da morte do estudante Diogo Belentani

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Com o salão do júri lotado, teve início na manhã desta quarta-feira (07), em Araçatuba, o julgamento do policial militar Vinícius Coradim Alcântara, 22 anos, réu confesso, segundo o Ministério Público, da morte do estudante Diogo Belentani, 21 anos, por disparo de arma de foto. Se condenado, o PM, que responde por três crimes diferentes, pode ser condenado a até 38 anos de detenção.

O júri popular desta quarta-feira é um dos principais já realizados no Fórum de Araçatuba em 2018. Por se tratar de um policial militar na condição de réu por um crime que teve como vítima estudante filho de um coronel da reserva, ex-comandante do CPI-10 (Comando de Policiamento do Interior), a sessão de julgamento acontece sob forte esquema de segurança.

Componentes das polícias Civil e Militar acompanham os trabalhos desenvolvidos em plenário e fazem o monitoramento de populares que acompanham o júri. Entre eles, familiares das partes envolvidas no crime, profissionais e muitos estudantes de direito e universidades de Araçatuba.

Veículos de comunicação de Araçatuba foram autorizados a acompanhar o julgamento, desde que não sejam mostradas imagens dos sete representantes da sociedade sorteados para julgar o caso conforme as teses apresentadas por acusação e defesa. Também não foram autorizadas filmagens e fotografias do réu e das testemunhas do caso. Todas as pessoas que adentraram ao salão do júri tiveram que apresentar senhas que foram distribuídas anteriormente pela Justiça local.

CRIMES EM ANÁLISE

De acordo com a denúncia do Ministério Público, acolhida pela Justiça e que resultou no julgamento desta quarta-feira, o policial militar Vinícius Coradim Alcântara é réu confesso do disparo de arma de fogo que tirou a vida de Diogo Belentani numa chácara localizada na rua Baguaçu, em 15 de julho de 2018.

O PM, que desde o ano passado está detido no presídio Romão Gomes, em São Paulo, responde pelos crimes de homicídio, tiro aleatório de arma de fogo e fraude processual, podendo ser condenado a pena de até 38 anos de prisão.

Coradim é apontado como culpado pela morte de Belentani após uma discussão por causa de uma garota que mantinha relacionamento amoroso com o acusado e também com a vítima, de forma simultânea e sem que ambos soubessem.

Conforme o promotor Adelmo Pinho, as informações e relatos do próprio réu obtidos durante todo procedimento de instrução processual deixaram claro que na data do crime o policial militar, em um determinado momento do dia, usou sua arma de serviço para efetuar um disparo aleatoriamente na chácara onde os dois estavam. À noite, Coradim Alcântara veio a atirar contra o estudante, após uma discussão, e posteriormente fraudar a cena do crime, colocando a arma na mão da vítima, enquanto ainda estava no chão e antes mesmo de receber qualquer tipo de socorro.

Mesmo alegando não ter tido a intenção de matar Diogo Belentani – tese principal usada pela defesa para desqualificar a ação do réu –, o policial militar disse em depoimento que sua arma estava nas mãos do estudante e que após retirá-la da vítima, ele se colocou em posição de tiro. No entanto, o disparo, neste momento, teria ocorrido acidentalmente.

A previsão é de que o julgamento do policial militar adentre pela noite desta quarta-feira ou até mesmo na madrugada de quinta-feira. Além do réu, serão ouvidas dez testemunhas, sendo cinco arroladas pela defesa do PM e a mesma quantia indicada pela acusação.


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