Araçatuba já vivencia um colapso nos serviços de Saúde para atendimentos de pacientes com casos confirmados ou mesmo suspeitos de Covid-19. De acordo com o direto técnico da Santa Casa local, Giulio Stanco Coscina Neto, o hospital não tem mais leitos disponíveis de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sofre com a falta de anestésico para manter a sedação de pacientes e já enfrentou desabastecimento de oxigênio.
Em entrevista à TV TEM, no início da tarde desta quinta-feira (11), o médico que compõe a gestão do principal hospital da região Noroeste do Estado de São Paulo disse que, não bastasse doentes infectados pelo novo coronavírus, a Santa Casa está com seus mais de 300 leitos gerais lotados de pacientes que recebem tratamentos por outros problemas de saúde.
De acordo com ele, o hospital até tem espaço para criação de novos leitos hospitalares, em especial para receber pacientes em quadros clínicos considerados graves para Covid-19. No entanto, isso depende de custeio por parte do governo do Estado de São Paulo ou pela Prefeitura de Araçatuba.
No início desta semana, o prefeito Dilador Boges (PSDB) fez o pedido ao governo estadual para implantação de novos leitos em Araçatuba. Recebeu a promessa de que a cidade receberá 30 novas unidades, sendo 10 delas de UTI. Porém, isso só deve acontecer até o dia 31 de março. A previsão é de que sejam investidos até o final do mês 1,4 milhão com as novas unidades.
Com 14.885 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020; outros 1.042 moradores da cidade esperando pela divulgação de resultados de exames e 325 mortes confirmadas, Araçatuba vive o drama já enfrentado por outras cidades do país.
No caso da Santa Casa, de acordo com o último boletim emitido pelo hospital, no final da tarde de quarta-feira (10), dos 25 leitos destinados a pacientes infectados pelo novo coronavírus, 100% deles estão ocupados. Já de 95 unidades de enfermaria, para pessoas que contraíram a mesma doença, a ocupação no momento era de 92%.
Vale destacar que, comparando com o boletim emitido pela Vigilância Epidemiológica do município, 19 dos pacientes internados na UTI da Santa Casa são moradores de Araçatuba e outros 6 de cidades da região. Já na ala de enfermaria, 57 internados são pessoas do município.
TRANSFERÊNCIA E ESPERA EM AMBULÂNCIAS
Por conta da situação enfrentada pela Santa Casa, que é o principal hospital público de Araçatuba e um conglomerado de 40 cidades, há o risco de a unidade de Saúde depender do governo do Estado para transferir doentes a outros municípios. Ou então ver doentes nos chamados leitos “zero”, que são pessoas que ficam recebendo oxigênio e acompanhamento dentro de ambulâncias até que ocorra desocupação de leitos.
Esse esvaziamento para acomodação de novos pacientes, enquanto não há criação de novos leitos, só se dá por duas maneiras: ou pacientes que receberem altas médicas, no caso de enfermarias, ou que vierem a morrer em na UTI.
Por conta dessas situações, as autoridades médicas e políticas do município imploram pela colaboração da população, para que evitem sair de suas casas sem necessidade, que respeitem as normas de segurança e isolamento e que evitem aglomerações.
