Os corpos dos irmãos Gustavo Bortoleti, de 44 anos, e Alessandra Bortoleti, de 45 anos, foram sepultados na manhã deste sábado no cemitério municipal de Mirandópolis. Eles morreram nesta sexta-feira (09) vítimas da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Os óbitos do comerciante Gustavo e da esteticista Alessandra simbolizam a destruição de mais uma família por conta do novo coronavírus. Mais que isso, chama atenção pelo fato de a tragédia ter ocorrido em uma cidade administrada por um prefeito bolsonarista assumido e negacionista da doença: Everton Sodário (PSL), que, tal como o presidente da República, é um defensor de carteirinha do uso da cloroquina e de outros medicamentos que não têm efeito algum, como afirmam autoridades em ciência de todo o planeta, no “tratamento precoce” do que ele costuma classificar de “vírus chinês”.
As mortes dos irmãos de Mirandópolis, no mesmo dia e com diferença de poucas horas, são retratos de que a Covid-19 não “dá ouvidos” a rompantes aloprados de gestores públicos que, na prática, estão longe de se preocuparem com a saúde da população pela qual devem zelar por obrigação do voto.
E no caso de Mirandópolis, é uma marca dolorida na história de uma cidade onde o chefe do Executivo faz questão de se apresentar como “Bolsonaro Caipira”, numa delirante intenção de se mostrar como réplica pirata e barata do “messias” Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil.
O DRAMA DOS IRMÃOS
Moradores de uma cidade de 30 mil habitantes, os irmãos Bortoleti não morreram e foram enterrados no mesmo dia. Eles também foram internados na mesma data, no Hospital Estadual de Mirandópolis, após apresentarem sintomas de infecção pela Covid 19.
Dois dias após a internação, os irmãos foram transferidos da alta de enfermaria do hospital para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O comerciante na parte da manhã e a esteticista no período da tarde. Por conta da gravidade do caso de cada um, foram intubados e passaram a respirar com ajuda de aparelhos.
Nesta sexta-feira, os dois não resistiram aos danos causados pela doença. Às 18 horas, conforme registros do hospital, Gustavo Bortoleti veio a óbito. Cinco horas e quarenta minutos mais tarde, Alessandra também acabou sendo derrotada pela doença.
Com a causa dos óbitos classificada como insuficiência respiratória grave decorrente do novo coronavírus, os irmãos foram sepultados, sem a realização de velório, para despedida de parentes e amigos, na manhã deste sábado, diante de comoção das pessoas que compareceram ao cemitério municipal.