Polícia
QUEM PAGA É SÓ O POVO COVID GERA ONDA DE DENUNCISMO POR ADVOGADO EX-ALIADO CONTRA DILADOR

Lindemberg Gonçalves assina 3 pedidos de CPs se põe como 'marionete' de opositores

A Câmara de Araçatuba já instalou uma CP (Comissão Processante) para investigar atos cometidos pelo prefeito Dilador Borges (PSDB) desde o início da pandemia de Covid-19 e tem mais dois procedimentos para levar a votação em plenário.

São proposituras feitas a toque de caixa e insufladas por uma oposição que, a bem da verdade, está pouco preocupada com o que de fato o novo coronavírus tem causado à população de Araçatuba. E o que mais chama atenção e estranheza ao mesmo tempo é que, dando a cara a tapa em tais pedidos, está um profissional conceituado que, frente a realidade, tem sido manipulado feito fantoche nas nãos de pessoas que não aceitaram a derrota nas eleições de 2020 ou, simplesmente, perder benesses vultosas que até pouco tempo recebiam da Prefeitura para prestação de um determinado serviço que foi drasticamente barateado graças à internet.

A pessoa que tem assinado os sucessivos pedidos de CPs contra o chefe do Executivo é o advogado Lindemberg Melo Gonçalves, que tem atuação conceituada na área da Saúde, em especial no que diz respeito à obtenção de ordens judiciais para que União, Estado ou municípios da região façam o custeio de serviços home care para pacientes que precisam de determinados equipamentos para garantir suas sobrevivências em suas próprias residências, sem ocupar leitos nos hospitais, abrindo, assim, vagas a outros doentes.

Infelizmente, o denunciante de Dilador Borges assim já o fez no mandato passado e repetiu a dose por diversas vezes nas duas gestões do então prefeito Cido Sério. Até aqui, pelo menos, em nenhum dos casos conseguiu seu objetivo: cassar o prefeito, seja ele quem for, ainda mais se for seu adversário político.

No caso de Dilador Borges, o profissional do direito que assina os pedidos de CPs já foi candidato a vereador em coligação com o tucano em eleições passadas. No pleito de 2020, ele mais uma vez concorreu a um cargo de vereador. Disputou cadeira na Câmara pelo MDB, partido que teve como concorrente ao Executivo o ex-vereador Cido Saraiva, e ficou apenas como o 9º mais votado pelo partido, com míseros 295 votos.

Sobre os pedidos apresentados à Câmara, dois se baseiam em compras de carros pela administração municipal que, segundo ele, não poderiam ter sido praticadas com recursos enviados ao município para serem aplicados no combate à Covid-19. O terceiro pedido é baseado em um vídeo divulgado por Dilador no qual diz que a abertura sucessiva de leitos hospitalares, em especial de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), não resolveria por completo e de uma só vez o problema da pandemia na cidade. O tucano fala com base em reportagem do programa Fantástico, da Globo, que indica um elevado número de óbitos de vítimas do novo coronavírus nas unidades de terapia intensiva custeadas pelo SUS.

SEGUNDA VOTAÇÃO

Nesta segunda-feira (12), a Câmara deve apreciar mais um pedido de investigação relacionado a compra de carros e a solicitação de CP baseada no vídeo de Dilador deve ficar para a próxima semana. Como se fosse numa estratégia de desgaste contínuo do chefe do Executivo que, pelo que se observa nos bastidores da Câmara, deve ter continuidade com uma diversidade de outros temas que, muito provavelmente para o denunciante Lindemberg Melo Gonçalvez, também será motivo para a cassação de Dilador.

Não que o chefe do Executivo seja “santo”. Que o diga a “Operação #TudoNosso” da Polícia Federal, que após receber denúncia anônima, resolveu investigar contratações feitas pela Prefeitura de Araçatuba e reportadas pelo antigo blog “Política e Mais”, precursor do que é hoje o site 018 News. Tratam-se de notícias jornalísticas baseadas em documentos, atas, demonstrativos de despesas, processos licitatórios e, principalmente, escutas telefônicas e mensagens capturadas de telefones celulares pela polícia que levaram, num primeiro momento, à prisão de 15 pessoas e, no final do ano passado, ao indiciamento da maioria delas por envolvimento num esquema que indica desfalques aos cofres públicos cometidos por organização ligada a um sindicalista da cidade, por meio de empresa e instituto contratados para prestar serviços de limpeza e atuar na área de ação social.

Estes assuntos também foram motivos para Lindemberg pedir à Câmara instalação de CP contra Dilador e, nem por isso, por mais que as investigações tenham sido desencadeadas pela conceituada Polícia Federal, nem assim o chefe do Executivo foi, se quer, afastado do seu mandato pelos vereadores da época.

SEM SUCESSO?

Motivos pelos quais podemos pensar que Lindemberg pode, mais uma vez, não ter o sucesso que espera em seu denuncismo sucessivo a uma Câmara recém-empossada e com uma série de vereadores novatos que, travestidos do manto da moralidade e legalidade, pregam uma investigação que, ali na frente, eles mesmos podem levar ao arquivamento. E, com isso, ficar o advogado que assina tudo que acha de errado com cara de tacho, literalmente.

Um lamento, pois com tudo isso quem acaba se maculando é somente Lindemberg. Até porque, quem atua no meio político sabe muito bem quem são as pessoas que o estão abastecendo nas investidas contra prefeito Dilador Borges.

Porém, essa insistência em denunciar algo que, até aqui, nem mesmo o Ministério Público se manifestou a respeito, pode ser um tiro no pé que tende a sobrar apenas para Lindemberg, que é quem tem, única e exclusivamente, mostrado a cara nessa queda de braço contra Dilador.

Se tem a convicção de que há coisa errada, Lindemberg deveria procurar de imediato o MP e, não necessariamente, o plenário da Câmara, onde ano após ano e legislatura seguida de legislatura o que se vê são parlamentares com os mesmos “ímpetos”: os de defender mais os interesses próprios do que, propriamente, o que clama a sociedade num todo.

Lindemberg poderia, antes de colocar-se como marionete perante a Câmara, dedicar sua expertise no direito para pleitear de forma gratuita, judicialmente, leitos para aqueles que estão nas filas do SUS (Sistema Único de Saúde) clamando por socorro. O advogado poderia oferecer ajuda para o que acontece hoje e não apenas para o que só Deus sabe se vai acontecer um dia, levando-se em conta que as vontades políticas quase nunca são as mesmas divinas.

A hora pandêmica é de ser mais útil a um todo do que a alguns. Até porque, politicamente, Lindemberg sabe bem que seu desejo de chegar à Câmara fica mais distante a cada eleição que disputa, devido à redução dos votos que conquista. Como pessoa e profissional, ele sabe que é bem maior que tudo que está propondo e protagonizando. Seja por conta própria ou, pelo que a grande maioria das pessoas que acompanham a política na cidade imagina, pela guia da maldade, do recalque e de quem lhe dará o tombo caso tudo venha a dar errado. Numa profética questão de tempo, uma vez que o tempo é o senhor da razão.


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