A Câmara de Birigui vive, em pleno início de ano eleitoral, um verdadeiro inferno no que diz respeito a ações individuais de seus integrantes que acabam manchando a imagem da Casa de leis e abrindo espaço para questionamentos de quem vive e vota na cdiade cidade.
Em pouco mais de um mês e meio de um ano que está só começando, o Legislativo biriguiense tem dado aos eleitores locais demonstrações claras de demagogia; praticado violência e se colocado na mira da Polícia Civil em investigações sobre suspeitas de corrupção envolvendo vereador ex-presidente da Casa.
O fato mais recente e deplorável deles foi a agressão praticada pelo parlamentar Leandro Moreira (Republicanos) contra um advogado que lhe fora tirar satisfação enquanto cidadão e que acabou sendo agredido com uma cabeçada nocauteadora que só serviu para mostrar o quanto é despreparado, em especial psicologicamente, o edil que se diz defensor das classes minoritárias na Casa de Leis.
Leandro Moreira, desde a semana passada, deveria ser alvo de um processo investigatório instaurado pelo próprio Legislativo para, pelo menos ser punido com uma mísera advertência, quando na prática deveria ser cassado pelos próprios colegas de plenário. Só que nem uma coisa nem outra irá acontecer se o advogado agredido ou qualquer cidadão que seja ingressar com representação formal na Câmara pedindo a punição pelo valentão por quebra de decoro parlamentar.
O corporativismo tende a prevalecer. Uma vez que Conselho de Ética, Corregedoria da Câmara e até mesmo a presidência nada fizeram de prático para ao menos mostrar à população de Birigui que possuem “vergonha na cara” e que repudiam a violência praticada pelo parlamentar do Republicanos, que, por sua vez, também deveria ser expulso do partido, tendo o caso repercutido nacionalmente.
A agressão de Leandro Moreira se deu no dia em que a Câmara de Birigui, de forma demagógica, eleitoreira, ou no típico “para inglês ver”, reduziu o número de vereadores na Casa acolhendo projeto de autoria do “valente” e agressor vereador.
Pena que a diminuição de cadeiras no Legislativo tem tudo para de nada valer, uma vez que, com base no Departamento Jurídico do próprio Jurídico, a medida só pode ser implementada a partir das eleições de 2024, com vigor em 1º de janeiro de 2025.
Em miúdos, os cortadores de vagas excessivas na Câmara de Birigui fizeram média perante a população. Isso porque decidiram algo para uma eleição que sabe lá Deus se algum dos que votaram favoravelmente ainda estarão no exercício de mandato.
Na prática, qualquer outro vereador, até um ano antes das eleições de 2024, pode propor que o número de cadeiras na casa seja mantido em 17 e que não caia para os 15 propostos por “cabeceador” Leandro Moreira.
SALÁRIO MÍNIMO É PIADA
Não bastasse a demagogia dos cortes de cargos, o próprio presidente da Câmara de Birigui, Felipe Barone Brito (Cidadania), prestes a completar seu primeiro mandato, vai na esteira das “boas ações politiqueiras” e afirma na imprensa estudar a apresentação de projeto que reduza para um salário mínimo os ganhos dos parlamentares biriguienses.
Trata-se de uma proposta clichê copiada por dezenas, centenas ou mesmo milhares de câmaras espalhadas pelo Brasil que só serviram para fazer graça perante o povo. Será duro achar vereador que queira diminuir seus ganhos vindos dos cofres públicos.
Ainda assim, Felipe Barone Brito engrossa a voz para entoar o discurso de que a cidade é formada, na sua grande maioria por trabalhadores que dão duro para chegar ao fim do mês recebendo apenas um salário mínimo. Falácia barata, chula, pobre.
NA MIRA DA POLÍCIA
Por fim, uma investigação da Polícia Civil, sobre eventuais irregularidades cometidas pela OSS da Santa Casa de Birigui, suja de vez a famigerada imagem do Legislativo local. A suspeita de envolvimento em esquema ilegal que fez com que o atual vereador Vadão da Farmácia (PTB), fosse convidado a prestar depoimentos à Delegacia Seccional de Araçatuba, acende uma gigantesca lâmpada amarela sobre a Câmara de Birigui.
As investigações correm em segredo de Justiça, por isso pouco se sabe sobre o que de fato acontece, apesar de não se precisar de muita coisa para imaginar o que está na mira da Polícia Civil, que dias atrás saiu de Birigui com um caminhão lotado de informações que vão embasar as investigações que estão em curso.
DOSES CAVALARES DE MORALIDADE
Diante de três cenários grotescos, seria, no mínimo, razoável os nobres pares da Câmara de Birigui dedicar alguns minutos de reflexão sobre tudo que está acontecendo no Legislativo da cidade. Do contrário, os fatos de momento certamente serão usados por seus adversários durante a campanha eleitoral que se aproximas.
E não será com mais demagogia, mais violência ou mesmo mais casos de polícia que a Câmara de Birigui conseguirá reverter sua imagem, hoje manchada, surrada, quase esfarrapada diante da opinião pública.