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A Prefeitura de Araçatuba emitiu nota no final da tarde desta sexta-feira (23) informando que, em três dias úteis, vai anunciar o nome de um servidor efetivo para assumir o comando da secretaria de Assistência Social, após a exoneração de Maria Cristina Domingues, em decorrência da Operação #TUDONOSSO, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal e que resultou na prisão de 15 pessoas.
O anúncio que deve ser feito pelo prefeito Dilador Borges (PSDB) não chamaria atenção se o funcionário escolhido para virar secretário de Assistência Social não tivesse uma relação próxima com o IVVH (Instituto de Valorização à Vida Humana), pivô do maior escândalo envolvendo a atual administração.
O instituto foi contratado em 2018 para prestação de serviços ao município. No entanto, a Polícia Federal descobriu que o IVVH e a empresa SEN Prestação de Serviços Ltda faziam parte de um esquema de corrupção, liderado pelo empresário e sindicalista José Avelino Pereira, Vulgo Chinelo, que movimentou contratos da ordem de R$ 15 milhões e que rendia um desvio de dinheiro público no montante de R$ 120 mil mensais.
A reportagem do 018 News apurou que a esposa do futuro secretário de Assistência Social é coordenadora de um dos programas administrados pelo IVVH na área em que atua no município. O escolhido do prefeito foi nomeado para cargo efetivo na Prefeitura em dezembro de 2018.
Antes disso, o futuro secretário foi contratado da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), que rendeu ao ex-prefeito Cido Sério, que administrou Araçatuba “sob o manto” do PT, inúmeros processos por improbidade administrativa (desonestidade com o dinheiro Público) decorrentes de má gestão.
O futuro secretário de Assistência Social também foi funcionário da Organização Social Ritinha Prates, contratada pela Prefeitura para atuar na área de assistencialismo e acabou abandonando o contrato também por problemas de gestão. Assim como do IAS (Instituto Apoio Social), que acabou sendo forçado pela administração municipal a romper com a Prefeitura para dar lugar ao IVVH de Chinelo.
A esposa do futuro secretário de Assistência Social do prefeito Dilador Borges, que está na mira de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara, que pode levar á cassação de seu mandato, também foi funcionária da OS Ritinha Prates e do IAS.
O escolhido do chefe do Executivo para o lugar de Maria Cristina Domingues também foi, nas eleições de 2018, cabo eleitoral da vice-prefeita Edna Flor (Cidadania). Em redes sociais, é possível encontrar fotos dele pedindo votos para a então candidata a deputada estadual nas cidades de Pereira Barreto e Sud Mennucci, junto a seus familiares.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa da Prefeitura, por meio de Whatsapp, sobre o fato de o futuro secretário ter a esposa empregada pelo IVVH, alvo de investigação da Polícia Federal por esquema de corrupção. Até o momento, a administração municipal não se manifestou a respeito.
A Polícia Federal de Araçatuba, que escancarou todo o esquema de corrupção na Prefeitura de Araçatuba, envolvendo o IVVH, já tem conhecimento de quem o prefeito escolheu para o cargo de secretário e o vínculo da esposa dele com o instituto que tinha como líder o sindicalista Chinelo, que está preso.