Região 018
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VÁ EM FRENTE, SE QUISER ELES NÃO LEEM. ELES NÃO ENTENDEM. ELES SÓ ACHAM. QUANDO E COMO QUEREM

Nossa opinião sobre quem desdenha, menospreza, ameaça quem faz jornalismo em tempos de crise

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Agora, todo mundo que morre foi vítima de coronavírus. Isso é mentira. Cadê o resultado do exame? Esse vírus não existe. Jornal lixo. Isso é coisa de esquerdista. Esse site é petista. Quem plantou esse vírus foram os chineses. Alguém viu algum doente contaminado por essa Covid-19?

Seriam só algumas afirmações de internautas, publicadas como comentários de notícias compartilhadas em redes sociais sobre a doença que atormenta o mundo e que ainda é, e sabe Deus por quanto tempo será, motivo de discordância por aqueles que não acreditam no mal invisível identificado como coronavírus e que tem acabado com milhares de vidas e contaminado milhões de pessoas.

Seriam apenas opiniões pessoais. Só isso. Não são. Na maioria das vezes, tais comentários são desprovidos de conhecimento; interpretação; leitura; vontade de ver que a coisa é séria e perigosa; ou cegamente embebedadas em ideologias político-partidárias que para pouca coisa servem.

O jornalismo, profissão surrada e desrespeitada por tantos e tantas na atualidade, tem buscado informar as pessoas sobre o que acontece em tempos de pandemia. Só que os desprovidos, os que optam por disparar comentários como os relacionados acima, não estão dando a mínima. Tudo é Fake News. Ou então, se é Fake News vinda de campos ideológicos e raivosos é “verdade absoluta”, o que interessa.

Triste, lamentável, desanimador. Seria exatamente assim para jornalistas que tentam informar, alertar, mostrar o que acontece e que são tão atacados no advento da internet fácil e acessível a qualquer um e em qualquer lugar. Por sorte, para muitos profissionais não é assim.

Por mais que tentem, queiram, ameacem, o jornalismo feito com seriedade não se curvará aos achismos, aos ataques, à falta de intelectualidade de pessoas incapazes de enxergar o que está a uma simples palma de distância do próprio nariz.

Num Brasil onde existem mais celulares que gente, com operadoras de telefonia oferecendo planos baratos para que as pessoas possam se comunicar e, na esteira disso, ter acesso a redes sociais – ao Face, ao Insta e ao Zap –, os “territórios livres” para destilação de veneno e disseminação de ódio, não podemos esperar muita coisa daqueles que não são abertos às realidades como elas são.

O que sabemos, e isso não é nada difícil de se comprovar, é que a grande maioria das pessoas que comenta notícias postadas em redes sociais se manifesta sem ao menos ler o conteúdo de tais publicações. Se dão o direito de opinar a partir de uma mera passada de olhos pelo título que aparece na timeline.

Isso se deve à falta de créditos nos celulares, para que as pessoas tenham acesso a plataformas de internet onde as “desaforadas” notícias estão publicadas. Sem os tais créditos, em tempos de infinitos celulares com funcionamento pré-pago espalhados nas mãos de milhões de pessoas, a formação de opinião é manca.

E quando o problema não é a falta de crédito, a falta de cultura para ler, interpretar, entender também pesa. Sem falar quando tantos e tantas leem, até entendem, mas por uma questão político-partidária, ou de paixão míope e ideologia rasa são obrigados a ir contra si próprios apenas para defender algo, alguém ou alguma coisa que apenas está de passagem por nossas vidas.

Infelizmente, ou felizmente, é simples assim. O jornalismo está aprendendo a lidar com isso. Afinal, ELES NÃO LEEM. ELES NÃO ENTENDEM. ELES SÓ ACHAM. QUANDO E COMO QUEREM.


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