O empresário Isac Alexandre Gaspar Pinto vai a júri popular, nesta quarta-feira (24), em Araçatuba (SP). Ele senta no banco dos réus por ser acusado de ter usado uma caminhonete para prensar uma comerciante contra a parede de um depósito de bebidas. O crime ocorreu em agosto de 2018, em Buritama.
Apontado como principal suspeito pela tentativa de homicídio, o empresário ficou foragido da Justiça até dezembro de 2019, quando foi preso na cidade de Rio Verde, em Goiás.
O julgamento tem início previsto para às 9h, no Fórum Estadual de Araçatuba. Será permitida a participação do público. Ele foi denunciado pelo MP (Ministério Público Estadual), que será representado pelo promotor Adelmo Pinho, por dupla tentativa de homicídio triplamente qualificado.
Apesar do crime ter sido cometido em Buritama, o júri popular será realizado em Araçatuba, pois a Justiça acatou o pedido de desaforamento feito pelo advogado Elber Carvalho de Souza.
Em entrevista ao g1, o defensor alegou que seu cliente não teve a intenção de praticar homicídio ou tentativa de homicídio. “Foi realmente uma briga. Pedi o desaforamento para o julgamento ser o mais imparcial possível. O caso realmente teve grande repercussão", disse.
CONSEQUÊNCIAS
A comerciante Eliane Negrelli, principal vítima do crime, sofreu diversas fraturas após ser prensada pelo veículo conduzido pelo empresário. Após quatro anos do ocorrido, ela informa que ainda tem de conviver com as sequelas dos ferimentos sofridos.
Na época, a comerciante ficou por 44 dias hospitalizada. Depois, foi submetida a 10 procedimentos cirúrgicos por conta dos ferimentos.
CONFUSÃO
Eliane foi atropelada após uma confusão que começou no interior de seu estabelecimento comercial. Câmeras de segurança flagraram a ação protagonizada por Isac.
Segundo consta nos autos, Isac e a mulher dele estavam no estabelecimento comercial, quando a companheira dele se envolveu numa discussão com outra mulher, que estava sentada na mesa ao lado do casal.
Após intervenção de terceiros, eles deixaram o interior do estabelecimento e foram para o lado de fora, onde a discussão continuou.
Nesse interveio, os donos do estabelecimento então fecharam as portas do comércio. O empresário pediu para entrar, mas não foi atendido.
O MP aponta então que o comerciante teria gritado que entraria com a camionete no prédio. Na sequencia, ele então entrou no veículo, jogando o mesmo contra as portas do depósito.
Os donos do estabelecimento, aproveitaram que ele engatou marcha ré e, saíram de dentro do prédio. Foi nesse instante, que ele acelerou novamente e atingiu a comerciante, que ficou prensada na parede.