O delegado José Abonízio, responsável pelas investigações do duplo homicídio registrado no fim de semana, deu detalhes ao sbtinterior.com nesta segunda-feira (16) sobre o crime. De acordo com ele, o filho, de 36 anos, tentou matar a mãe, Magali Cantarani Poletti e o padrasto, Lourival Aparecido Poletti, colocando os medicamentos controlados Clonasepan e Diasepan no suco do casal antes de decidir, junto com um amigo, matá-los a pauladas.
"O filho, segundo a gente apurou, havia colocado remédios controlados em uma quantidade absurda no suco do casal para que eles tivessem ataques cardíacos. Isso não aconteceu, mas as vítimas ficaram sonolentas, o que facilitou a execução delas".
Ainda de acordo com Abonízio, o filho fez o pagamento de R$ 700 em dinheiro para o outro autor do crime na garagem de casa, minutos antes de os pais serem mortos.
"Ele estava em casa se comunicando com o outro envolvido pelo celular, que estava do lado de fora, quando houve uma discussão entre as vítimas. Depois que essa discussão terminou, o filho abriu o portão para o autor que ia ajudá-lo na execução e fez o pagamento de R$ 700 em dinheiro na garagem da casa. O autor ficou escondido no local e, na hora em que o padrasto deitou no sofá da sala e apagou a luz, ele invadiu e começou a matar a vítima com um cabo de machado".
A motivação do crime seria o fato de que a mãe e o padrasto não aceitavam a homossexualidade do homem. Outro motivo seria que as vítimas não deixavam o filho sair de casa durante a noite para ir a festas e outros eventos.
TERCEIRA PESSOA ENVOLVIDA
Uma terceira pessoa foi presa durante o fim de semana, suspeita de envolvimento no crime. A suspeita é uma mulher de 40 anos, que trabalhava com o amigo do filho e autor do crime.
"Há mais de uma semana, ela vinha auxiliando o homem contratado a realizar determinados comportamentos, determinadas atitudes, visando a confecção do crime e visando também tirar a responsabilização de uma eventual apuração da polícia. Além disso, ela prestou efetivamente apoio material ao entregar os remédios controlados para esse homem contratado que, por sua vez, passou para o filho do casal. Ela também iria, segundo as investigações, ajudar o homem contratado a fugir após eles retirarem os corpos da casa, algo que não aconteceu".
SANIDADE MENTAL
Ainda segundo a polícia, durante a audiência de custódia, a defesa teria argumentado que o filho sofre com problemas psicológicos. No entendimento da Justiça, a interdição envolvendo o suspeito é uma interdição civil, não criminal.
"Isso não o exime da responsabilização penal, uma vez que ele se comunica de uma forma bastante clara e tem consciência das atitudes. No entanto, durante o desenrolar do processo, que já faz parte do Ministério Público, será feito um estudo melhor para avaliar essa situação", concluiu.
Os três envolvidos passaram por audiência de custódia, mas a Justiça decidiu mantê-los presos, preventivamente, até a conclusão das investigações.