Preso pela Polícia Civil nesta segunda-feira (15), o funcionário de 32 anos suspeito de atear fogo na concessionária da Hyundai, na madrugada do último sábado (13), destruindo parte do imóvel e um total de 12 carros, foi solto pela Justiça na manhã desta terça-feira, após passar por audiência de custódia. O prejuízo seria da ordem de R$ 2,5 milhões.
A liberdade se deve ao fato de sua prisão em flagrante ter se dado pela localização de munições de armas de fogo na casa onde mora. No mesmo local foram localizadas peças de carros que seriam da empresa onde o rapaz atua como supervisor.
As investigações sobre o incêndio ocorrido no fim de semana seguem em andamento na Polícia Civil e o funcionário ainda é considerado suspeito, apesar de ter negado participação ou mesmo autoria do crime.
Investigadores chegaram até o funcionário após encontrarem numa sala da empresa, não destruída pelas chamas, ao menos dez bilhetes impressos com ameaças contra o gerente da empresa e acusações contra um outro empregado da concessionária.
Durante a tarde desta segunda-feira, o suspeito foi abordado por homens da Polícia Civil dentro da concessionária. Ele foi com os policiais até a casa onde mora, no bairro Nova Iorque, local onde foram encontradas diversas peças de carros da marca Hyundai. Também reforçou a prisão do suspeito a quantidade de munições de uso restrito e irrestrito apreendidas na casa do investigado.
O gerente da concessionária foi chamado até a casa do funcionário para dar informações sobre as peças de carros encontradas no local. O suspeito alegou que eram produtos com defeitos e que seriam descartados. No entanto, o responsável pela loja afirmou que o empregado não tinha autorização para levar os materiais para sua moradia.
BILHETES COM AMEAÇAS
A polícia encontrou dentro da concessionária da Hyundai dez bilhetes com o mesmo conteúdo, com grosserias e acusações contra o gerente da loja e um funcionário do setor de instalação de acessórios da empresa.
O autor das ameaças escreve: “Eu tentei te avisar que de seus atos provém consequências e nem sempre elas são boas. Vide o que está ocorrendo”, diz um trecho dos dizeres contidos no impresso localizado pela polícia, que seria “endereçado” ao gerente da loja, a quem a pessoa chama de “mequetrefe”.
A pessoa que escreveu os bilhetes – autoria não assumida pelo funcionário que foi preso nesta segunda-feira – também reclama de um outro empregado da concessionária e faz mais ameaça. “Ele é o próximo”, afirma. “Ele se julga inteligente e pensa que os outros são idiotas mas o maior burro é ele”.
O suposto autor do incêndio encerra o bilhete isentando a marca Hyundai pelo fato ocorrido. “Meus mais sinceros votos de condolências à marca que nada tem a ver com isto”. Nesta segunda-feira, a direção da empresa, responsável pela loja em Araçatuba, emitiu nota afirmando que era necessária a conclusão das investigações antes de se manifestar.