Dois furgões doados pelo governo federal à Prefeitura de Araçatuba, para o transporte de pessoas com deficiências, e duas ambulâncias adquiridas para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) com recursos da União, Estado e da própria administração municipal, estão parados em uma garagem do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), que prestar qualquer tipo de serviço à população. Os quatro veículos estão avaliados em R$ 713,3 mil.
Os furgões com adaptações necessárias para o transporte de deficientes, custaram cada um R$ 183.980,00, e foram doados ao município pelo Ministério da Saúde. A vice-prefeitura Edna Flor (PPS) recebeu os veículos em solenidade realizada em meados de dezembro, em São Paulo.
Já as duas ambulâncias estão entre as três que a Prefeitura divulgou a entrega para a secretaria de Saúde local no início do mês. Cada veículo custou R$ 172,7 mil e foi comprado com recursos decorrentes de repasses feitos pelo Estado e União, por meio de indicação de deputados, além de pelo menos R$ 55,4 mil que saíram dos cofres da administração municipal.
A assessoria de imprensa da Prefeitura foi questionada pelo site Araçatuba e Região duas vezes nesta última semana, sobre o fato de os veículos estarem parados no CCZ enquanto a população poderiam estar fazendo uso dos mesmos. A administração municipal não respondeu a nenhum dos questionamentos.
INFORMAÇÕES DAS FONTES
No decorrer da semana, ao receber informações sobre o fato de os veículos estarem parados no CCZ, a reportagem do site Araçatuba e Região ouviu funcionários da secretaria de Saúde que, sem que seus nomes fossem divulgados, aceitaram prestar esclarecimentos sobre o que emperra a utilização dos furgões para deslocamento de deficientes e ambulâncias no atendimento do Samu.
No caso das ambulâncias, a informação é de que, apesar de compradas e entregues à repartição municipal competente, as mesmas ainda não obtiveram autorização do DRS 2 (Departamento Regional de Saúde) para que possam rodar pela cidade como Samu. Enquanto isso, pessoas que precisam de socorro de urgência são atendidas por unidades mais antigas ou com equipamentos inferiores. Não há previsão de quando estas ambulâncias serão colocadas em uso.
ENTIDADES NÃO QUEREM?
Sobre os furgões para o transporte de portadores de deficiências e demais necessidades especiais, a informação é de que a Prefeitura chegou a dialogar com duas entidades que atendem pacientes nestas condições, para que os mesmos fossem doados a elas.
No entanto, a informação é de que nenhum aceitou receber os veículos pelo fato de terem que arcar, sozinhas, com despesas de uso, manutenção e também custeio de salários de motoristas. As entidades alegam não ter condições financeiras para tais despesas.
O impasse está no fato de as duas entidades aceitarem receber os furgões apenas se todas as despesas de uso forem arcadas pela administração municipal. Como a Prefeitura também não aceita essa proposta e não dá sinais de uma solução para que os veículos sejam colocados em uso pela população.