O Cenipa (Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) começa, nesta segunda-feira (31), os trabalhos para identificar os motivos da queda de um do bimotor, ocorrida em Vilhena (RO), na noite do último sábado (29). Estavam a bordo da aeronave o pecuarista Garon Maia Filho, de 42 anos, e o filho dele, Francisco Veronese Maia, de apenas 11 anos. Os dois morreram no acidente.
O avião, um Beechcraft Baron 58, pertencia à família Garon Maia, de Araçatuba. A aeronave decolou por volta das 17h50, do aeroporto de Vilhena (Rondônia), e desapareceu do radar minutos depois. Eles seguiam em direção a Comodoro (MT). Seria uma viagem curta, de pouco mais de 15 minutos.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o bimotor caiu em uma área de mata fechada, que fica a cerca de 25 quilômetros de distância do local da decolagem.
No sábado à noite mesmo um grupo de salvamento da FAB (Força Aérea Brasileira), com base na capital do Mato Grosso do Sul), já haviam iniciado as buscas. Os destroços do avião só foram localizados e os corpos encontrados, na manhã deste domingo (30), depois que os militares adentraram a pé na área de mata.
A área em que o bimotor caiu fica na divisa entre os municípios de Vilhena (RO) e Comodoro (MT). O piloto era o próprio Garonzinho, como era chamado. Segundo informações de fontes próximas da família, ele era muito experiente e um apaixonado pela aviação. Kiko, como o pré-adolescente também era chamado, estava com ele, porque estaria encerrando uma temporada de férias em companhia do pai.
QUEM ERA GARONZINHO
Garon Maia Filho o filho dele, Francisco, eram membros de uma tradicional família de criadores de gado.
O patriarca do clã, Braulino Basílio Maia Filho, também conhecido como Garon Maia, foi um dos maiores pecuaristas do século passado no Brasil e fundou mais de 50 fazendas, segundo suas memórias publicadas em livro, tendo mantido um rebanho com, em média, 40 mil cabeças de gado. Ele faleceu em 2019 aos 93 anos de idade. Braulino era irmão do lendário “Tião Maia”.
Garon Maia Filho também era pecuarista e se divida entre Campo Grande (MS) e as fazendas da família na região de Vilhena (RO).
Garonzinho era filho da empresária Cristina Maia e do também pecuarista, Garon Maia, que morreu em outubro de 2022, aos 64 anos, em decorrência de complicações causadas pelo câncer.
HOMENAGEM
Amigos, autoridades e entidades ligadas à pecuária e agronegócio prestaram homenagens nas redes sociais. “É com profunda tristeza que recebemos a notícia sobre o trágico acidente aéreo ocorrido no estado de Rondônia, que resultou no falecimento de Garonzinho Maia e seu filho Kiko”, publicou Dilador Borges, prefeito de Araçatuba (SP).
O Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste) também externou o pesar de todos que integram a entidade de classe por meio de nota, se solidarizando com a família que sofre com o luto.
"O Siran lamenta profundamente o falecimento de Garon Maia Filho (Garonzinho) e de seu filho Francisco Veronese Maia (Kiko). Á família nossa solidariedade", diz a nota publicada pela assessoria de imprensa do sindicato, na noite deste domingo.
DESPEDIDA
Após perícia realizada no local do acidente, os corpos de Garonzinho e o do filho dele, foram levados para exame para o IML (Instituto Médico Legal) de Vilhena. Até a publicação desta reportagem ainda não havia nenhuma informação confirmada oficialmente sobre liberação dos corpos, bem como data e o local onde ocorreriam os serviços de velório e sepultamento.
