Em sentença proferida nesta segunda-feira (18), o juiz Antônio Roberto Sylla, da 1ª Vara Criminal de Presidente Prudente, condenou os quatro réus acusados pela morte do motorista de aplicativo Luciano Galindo. Somadas, as penas ultrapassam o total de 120 anos. O corpo da vítima foi encontrado em uma estrada de terra, na zona rural de Álvares Machado, em junho de 2019.
Os quatro réus foram condenados por latrocínio, que é o roubo seguido de morte; ocultação de cadáver e corrupção de menor. Na sentença, um dos réus, que é reincidente em crime doloso hediondo, recebeu a pena de 39 anos, oito meses e 13 dias de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de multa no valor correspondente a 56 dias.
Para os outros três réus, o magistrado determinou a pena de 29 anos, nove meses e dez dias de reclusão, também em regime inicialmente fechado, e o pagamento de multa de valor correspondente a 43 dias. Os quatro condenados responderam ao processo presos.
ENTENDA O CASO
Luciano Galindo foi encontrado morto na manhã do dia 15 de junho de 2019, em uma estrada de terra na zona rural de Álvares Machado. Ele tinha 42 anos e morava no Jardim Aviação, em Presidente Prudente. Era casado e deixou um casal de filhos.
O corpo apresentava sinais de ferimentos a facadas. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, em Álvares Machado, a primeira pessoa a avistar Galindo foi um homem que, por volta das 6h30, fazia sua caminhada matinal pelo local.
Ele viu o cadáver dentro de uma vala na estrada de terra e acionou a Polícia Militar. Quando chegaram ao local, os policiais militares constataram que o cadáver se tratava de um homem branco, que estava dentro de um buraco ao lado da estrada e apresentava, aproximadamente, 13 perfurações por facadas.
Ainda conforme o registro policial, o local fica em uma área rural e foi observado que havia manchas de sangue na estrada e algumas sacolas plásticas. O corpo estava na posição de decúbito dorsal, ou seja, com a barriga voltada para cima, e tinha algumas perfurações já visíveis próximas ao tórax.
O motorista de aplicativo vestia uma camisa listrada clara e calça jeans, calçava tênis azuis e usava relógio e aliança. Após o término da perícia realizada pelo Instituto de Criminalística no local, foram acionados o Corpo de Bombeiros e uma empresa funerária para a remoção do corpo ao Hospital Regional, em Presidente Prudente, onde o Instituto Médico Legal (IML) realizou o exame necroscópico.
ESTAVA TRABALHANDO
De acordo com a Polícia Civil, o motorista de aplicativo havia saído de casa para trabalhar por volta das 17h do dia 14, com seu carro. Foi tentado o contato com o motorista por uma parente dele, por volta da zero hora, mas o celular de Galindo estava desligado.
Quando saiu para o trabalho, ainda conforme o registro policial, o motorista também usava uma corrente prata no pescoço e uma pulseira. Foi solicitado o comparecimento dos familiares ao HR, onde o corpo de Luciano Galindo foi reconhecido por seu irmão.
A Polícia Civil entrou em contato com outros motoristas, que indicaram, por meio de um aplicativo, o último local onde Galindo esteve. O ponto desta última localização fica no cruzamento das ruas Antônio Evangelista Fonseca e Antônio Geraldo, no Residencial Maré Mansa, em Presidente Prudente. Em diligências pelo local, os policiais encontraram diversos vestígios que foram acrescentados às investigações, como manchas no chão, uma faca de cabo branco com marcas de sangue, um celular quebrado – estavam separados a capa traseira, o aparelho e a tela – e um acessório do tipo carregador. Os objetos foram apreendidos e os familiares da vítima reconheceram que o celular pertencia a Galindo.
O corpo de Luciano Galindo foi enterrado na tarde do dia 16 de junho, no Cemitério Municipal Campal, em Presidente Prudente. Cinco suspeitos de envolvimento no assassinato do motorista foram detidos no dia 17 de junho, sendo quatro deles indiciados e condenados nesta segunda-feira.
Com informações do G1 de Presidente Prudente.