Uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) revogou a ordem de prisão temporária expedida contra Elisângela Silva Paião, suspeita de participar do crime que resultou na morte de seu marido, Airton Braz Paião, assassinado a tiros na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente (SP), no dia 24 de setembro.
De acordo com informações do g1, trata-se de uma decisão liminar no âmbito de um habeas-corpus impetrado pelos advogados Jair Vicente da Silva Junior, José Carlos Mancini Junior e Fellipe Stabelini Anabuki, que trabalham na defesa de Elisângela.
Segundo o advogado Jair Vicente da Silva Junior, a revogação da ordem de prisão temporária se deu, na última sexta-feira (30), pela “ausência dos requisitos legais para aplicação da medida e porque não foi possível extrair do que consta nos autos indícios suficientes de autoria ou participação dela no delito em questão”.
“Necessário dizer que a senhora Elisângela já havia se colocado à disposição da Justiça e assim permanecerá, pois é de seu total interesse a elucidação imparcial e escorreita do acontecido”, disse Silva Junior ao g1.
Ainda de acordo com o delegado responsável pelo caso, Carlos Henrique Bernardes Gasques, “a investigação está em andamento”.
Elisângela era considerada foragida desde o dia 26 de setembro, quando a Polícia Civil havia deflagrado uma operação para dar cumprimento ao mandado de prisão temporária que havia sido expedida pela Justiça contra ela, mas não conseguiu localizá-la.
A prisão temporária valia por 30 dias e ainda podia ser prorrogada por igual período.
RELEMBRE O CASO
Paião foi vítima da emboscada no km 116 da Rodovia Jorge Bassil Dower (SP-421), em Iepê. Ele levou quatro tiros na região da cabeça e foi esfaqueado nas costas. A caminhonete dele e um celular foram levados. O veículo foi localizado no dia 22 de setembro.
Depois de ser atingido pelos tiros e pela facada, o fazendeiro caiu no chão e, para se livrar dos agressores, fingiu que estava morto. Quando percebeu que os agressores já haviam saído do local, Paião conseguiu se levantar e pedir ajuda.
Paião foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, onde permaneceu internado até o sábado (24), quando foi assassinado pelo policial militar Marcos Francisco do Nascimento.
O fazendeiro aguardava por uma cirurgia para a retirada dos quatro projéteis de arma de fogo que estavam alojados na cabeça dele.
CRIME CONSUMADO
O soldado policial militar Marcos Francisco do Nascimento se suicidou depois de assassinar o fazendeiro, na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente.
Em nota oficial, a Santa Casa informou que o policial havia entrado no hospital para fazer uma visita a um paciente internado.
Quando chegou ao hospital, o soldado disse na portaria que era policial e que queria conversar com o paciente Airton Braz Paião.
Já no quarto hospitalar, o policial disse a uma irmã do fazendeiro que queria conversar com a vítima. Na sequência, Nascimento atirou contra Paião.
Segundo a Polícia Civil, o soldado atirou duas vezes contra o paciente e, em seguida, se matou com um tiro na cabeça.
A arma usada pelo policial foi apreendida para ser periciada.
A perícia da Polícia Científica recolheu a arma usada pelo policial militar, uma pistola de calibre .40, com um carregador e quatro cápsulas deflagradas.
Junto ao corpo do policial militar, foi encontrada uma carta manuscrita, que também foi apreendida.
Ainda foram recolhidos documentos pessoais e a quantia de R$ 32 em dinheiro, que estavam com o soldado.