O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Prudente já começou a receber as primeiras unidades dos abrigos para cães e gatos confeccionados com madeira ilegal, apreendia pela Polícia Militar Ambiental, no Oeste Paulista.
As casinhas estão sendo confeccionadas por sentenciados da Penitenciária de Caiuá, a partir de uma parceria firmada entre a PMAmb, Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o município. Neste primeiro momento é prevista a entrega de 30 casinhas.
De acordo com o g1, parte dos abrigos ficará com o CCZ e uma outra parte será repassada para entidades que fazem acolhimento de animais. Também é prevista que alguns exemplares da produção, equipados com comedouro e bebedouros, sejam dispostos em pontos estratégicos da área urbana de Presidente Prudente para atender animais que vivem livremente pelas ruas.
Os locais públicos que irão dispor das casinhas estão sendo definidos, mas alguns dos pontos a serem contemplados serão a Praça das Andorinhas, área próxima à Secretaria de Assistência Social Paço Municipal (área central) e próximo à base da Polícia Militar, Parque do Povo, entre outros locais.
“Vamos fazer um planejamento dos locais que irão receber essas casinhas de madeira e também checar, junto às entidades, quais são aquelas que mais necessitam dessas estruturas”, explicou ao g1 o gerente do CCZ, Ricardo Santos.
TRANSFORMAÇÃO
A ideia do projeto “Produzir e Reinserir”, é fazer com que a madeira apreendida nas ações da Polícia Militar Ambiental, na região de Presidente Prudente, seja transformada e volte como benefício à sociedade.
Somente nos sete primeiros meses deste ano, 55,7 m³ de madeiras nativas ilegais foram apreendidas em fiscalizações no Oeste Paulista.
Esse material, sem legalidade no transporte e/ou depósito e sem origem legal, foi doado e direcionado às mãos de 10 sentenciados da Penitenciária de Caiuá (SP) para se transformarem em casinhas para cães e gatos abandonados, bem como brinquedos para crianças carentes.
MADEIRA SOMA QUASE R$ 300 MIL
A Secretaria da Administração Penitenciária informou ao g1 que a Penitenciária de Caiuá desenvolve desde 15 de março deste ano o projeto "Produzir e Reinserir", com a participação de 10 sentenciados do regime semiaberto.
“Após doações de matérias-primas vindas de entidades parceiras, os presos produzem casinhas para cães e gatos abandonados e brinquedos para crianças carentes. Além disso, constroem e reformam móveis para doar para entidades que atendam ao interesse público”, explicou a SAP.
Conforme a pasta estadual, o projeto pretende aumentar as vagas de trabalho na unidade, com o objetivo de levar aprendizado profissional e reinserção social aos sentenciados.
Para a produção acontecer, é utilizado um barracão que fica na área externa do presídio, com orientação e acompanhamento de servidores.
Conforme a Polícia Militar Ambiental, somadas as apreensões do ano passado, 62 m³ de madeiras ilegais foram destinadas nos seis primeiros meses de 2022 a prefeituras e outras instituições públicas e filantrópicas.
“As doações contabilizam, esse ano, valor aproximado de R$ 300 mil. Madeira ilegal que sai do crime e vai servir à população”, salientou o capitão Júlio César Cacciari de Moura.