Mato Grosso do Sul pode ter sido rota de grande carregamento de armas, que foram usadas no ataque a bancos ocorridos na madrugada de segunda-feira (30), em Araçatuba.
Interceptações telefônicas registraram conversas de dois integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Mato Grosso do Sul, sobre a passagem de 60 fuzis por aqui, sendo dois deles calibre 50 e com capacidade de derrubar aeronaves.
As informações foram publicadas na noite de segunda (30) pela Revista Piauí, em reportagem assinada pelos jornalistas Allan de Abreu e Luigi Mazza.
De acordo com a revista, o diálogo foi captado pela PF (Polícia Federal) e indica que o armamento chegaria até o interior do Estado em um helicóptero, que não foi encontrado.
Além da PF, MPSP (Ministério Público de São Paulo) e Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que participam das investigações, acreditam que o arsenal usado em um verdadeiro cenário de guerra em Araçatuba, passou antes pelo Mato Grosso do Sul. Rota já conhecida pela polícia como uma das portas de entrada de drogas e armas no Brasil.
O mega assalto contou com aproximadamente 30 participantes, e além de armas, foram usados explosivos nas ruas, acionados por movimento - um rapaz que passava de bicicleta, próximo de um artefato, foi atingido na explosão e perdeu os dois pés. Ele segue internado na Santa Casa de Araçatuba.
Três bandidos foram capturados, enquanto os demais conseguiram fugir, muito graças ao método "novo cangaço" usado por eles: pessoas encontradas nas ruas da cidade foram feitas reféns e amarradas aos veículos, evitando assim, que os carros e camionetes fossem alvos de disparos da polícia na fuga.
As agências bancárias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, localizadas na região central da cidade, foram alvos dos bandidos, que atacaram ainda a sede do 12º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), no bairro Umuarama, e o CPI-10 (Comando de Policiamento do Interior), no Bairro do Santana. Houve intenso tiroteio.
Três pessoas morreram e quatro - já contando o rapaz da bicicleta - estão internadas na Santa Casa de Araçatuba. Um dos mortos, é Jorge Carlos de Mello, de 38 anos, integrante do PCC preso por tráfico de drogas e posse de três bananas de dinamite em casa, no ano de 2001, revela a reportagem de Allan de Abreu na Piauí.
(Com informações do portal de notícias CAMPO GRANDE NEWS).