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EM JÚRI POPULAR Miojo é condenado a 32 anos de prisão pela morte de Paola Bulgarelli

Réu foi punido por homicídio, estupro, ocultação e até o roubo do telefone celular da vítima

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A Justiça condenou nesta quarta-feira (09), a 32 anos e quatro meses de prisão, José Emerson de Barros Lins, o Miojo, assassino confesso da jovem Paola Bulgarelli, em junho de 2015, em Araçatuba.

O júri popular que levou Miojo à condenação começou às 9h e teve a sentença proferida pelo juiz Henrique de Castilho Jacinto, da 1ª Vara das Execuções Criminais e Anexo do Júri de Araçatuba, por volta das 17h40. Os jurados levaram em consideração os apontamentos feitos contra o réu em acusação do promotor criminal Adelmo Pinho.

Miojo foi condenado pela prática de quatro crimes, com penas diferenciadas que resultaram nos 32 anos de detenção. Pelo assassinato de Paola, ele teve condenação de 20 anos e dez peses de prisão; além de mais 7 anos e seis meses por estupro da vítima; 1 ano e quatro meses pela ocultação de cadáver e mais dois anos e oito meses pelo furto do celular da vítima.

Paola Bulgarelli tinha 20 anos quando foi assassinada pior Miojo. O assassinato da jovem chocou a cidade e a região, provocando forte comoção popular. O réu foi acusado pelo promotor Adelmo Pinho, com base em inquérito da Polícia Civil e no colhimento de provas.

O corpo de Paola foi encontrado no dia 12 de junho daquele ano, exatamente uma semana após sua morte, boiando em um trecho do Ribeirão Baguaçu, próximo ao local onde foi assassinada. O autor confesso foi detido dois dias depois, em Castilho, para onde fugiu e se escondeu na casa de parentes.

DETALHES DO CRIME

Em seu interrogatório, o réu, mesmo demonstrando arrependimento, com riqueza de detalhes, confessou o homicídio descrito na denúncia, além do estupro e ocultação de cadáver. Sobre o furto do celular da vítima, disse que pegou para tentar se ocultar do assassinato, não tendo a intenção de cometer crime patrimonial.

Réu e vítima se conheciam do bairro Alvorada. A vítima saiu de sua residência, situada na rua Conselheiro Crispiniano, dirigindo-se ao seu local de trabalho, uma lanchonete na avenida Brasília. Ambos se encontraram na ponte sobre o ribeirão e, predisposto a estuprar a vítima, o réu mentiu para ela, dizendo que pretendia lhe mostrar uma cobra sucuri que tinha sido morta nas proximidades.

Acreditando na versão do réu, Paola o acompanhou até uma mata, a cerca de 50 metros da chamada “Ponte da Vergonha”, pois ela pretendia tirar fotos da sucuri. Chegando ao local, a vítima foi agarrada pelo pescoço, sem qualquer chance de defesa, sendo jogada ao chão, onde foi obrigada a tirar o tênis, a calça jeans e a calcinha para manter relação sexual não consentida.

Antes de ser violentada sexualmente, Paola implorou para o réu que poderia fazer o que quisesse com ela, desde que não a matasse. Dizendo-se armado com uma faca, Lins manteve conjunção carnal com a vítima por cerca de 30 minutos, até ejacular. Após o estupro, ele arrastou Paola por alguns metros e, com um pedaço de pau, desferiu um forte golpe contra a cabeça, na testa.

Quando ela se virou, o réu lhe aplicou outro golpe com o mesmo pedaço de pau, na parte detrás da cabeça, e após alguns minutos, o decidiu ocultar o corpo de Paola, mesmo sem saber se estava ainda viva ou já morta, jogando-a nas águas do ribeirão Baguaçu, assim como o pedaço de pau e as vestes da moça. Por fim, subtraiu o aparelho celular, fugindo do local.

CONFESSOU DURANTE JÚRI

De acordo com o promotor Adelmo Pinho, Miojo, timidamente, sem dar detalhes sobre os crimes por ele praticados, confirmou durante o julgamento desta quarta-feira que matou Paola Mulgarelli. A defesa do réu tentou desqualificar a acusação de ocultação de cadáver, tentando tirar de Miojo a responsabilidade pelo corpo da vítima ter sido jogado no ribeirão Baguaçu.

O promotor criminal responsável por levar Miojo a mais de três décadas de prisão disse ao final do julgamento ter ficado satisfeito com o resultado da sentença. Ele não pretende recorrer na tentativa de aumentar a punição do réu. Já a defesa do assassino terá oportunidade de tentar, em instâncias superiores da Justiça, diminuir a pena de Miojo.


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