O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou os três acusados pelo assassinato do casal Magali Cantarini Luz e Lourival Aparecido Poletti, ocorrido na madrugada de 14 de janeiro, no bairro Jardim TV, em Araçatuba (SP).
Um dos denunciados é filho de Magali e enteado de Lourival. Ele é apontado como mandante do crime.
Além dele, também foram denunciados um homem, que conforme apontou as investigações, recebeu R$ 700 para executar o crime.
A mulher, que seria a mentora intelectual do assassinato, também aparece na denúncia. Os três que estavam presos preventivamente desde o fim de semana em que ocorreu o duplo homicídio tiveram suas prisões reformadas.
A denúncia foi feita para a Justiça na última segunda-feira (30), pelo promotor de justiça, Adelmo Pinho. “Foram mantidas as prisões dos denunciados, bem como determinada a instauração de incidente de insanidade de um dos acusados. Os réus deverão ser julgados pelo júri popular”, disse o promotor.
Após acolher a denúncia do MPE, a Justiça Estadual em Araçatuba determinou segredo de Justiça para o processo.
PREMEDITADO
O crime ocorrido na madrugada do dia 14 de janeiro havia sido premeditado. As investigações feitas pela Polícia Civil de Araçatuba apontaram que o filho de Magali planejava o duplo assassinato desde fevereiro do ano passado, quando inclusive se envolveu num suposto rito espiritual com a finalidade de tirar a vida do casal.
Antes que o plano dele se configurasse, ele ainda havia acertado o pagamento de R$ 40 mil para dois homens, para que fizessem o “serviço”.
“O filho, a princípio, se envolveu com um suposto espiritualista, que passava certos rituais, como permanecer nu em cemitérios, para ceifar a vida do casal. Como isso não ocorreu, o filho contratou, no final de 2022, uma dupla para realizar a morte. Um dos contratados, à época, recebeu R$ 15 mil, mas não cumpriu com o combinado”, explicou o delegado José Abonízio em entrevista coletiva dada no dia em que relatou o inquérito à Justiça.
Na ocasião, o delegado ainda afirmou que a investigação apontou que o duplo assassinato teve motivação financeira e que ainda aguardava entrega de documentação para fechar esta tese.
“O filho alegava que a motivação era as brigas constantes do casal. O autor contratado disse que foi convencido a realizar a execução porque o casal não aceitava a orientação sexual do filho. Porém, a investigação chegou a detalhes de cunho financeiro. Percebemos que o autor contratado pensava que poderia ficar rico. Ele convenceu a autora intelectual que forneceu os medicamentos, dizendo que poderia receber de R$ 200 a R$ 400 mil”, contou.
Ainda conforme o delegado, o suspeito que recebeu os R$ 700 para participar das mortes não soube explicar se os valores prometidos pelo filho de Magali sairiam da herança ou seguro de vida das vítimas.
“O autor contratado nos relatou que o filho do casal queria a ocultação dos cadáveres com gasolina, porque receberia o seguro no valor do carro. Outro detalhe é que havia um seguro no nome Lourival, mas que ainda não estava em vigência. Era um valor baixo, R$ 36 mil, mas ainda não estava em vigência”, afirmou.