Três OSs (Organizações Sociais) sediadas nas cidades de Birigui e Pacaembu, que são alvos de investigações da Polícia Civil de São Paulo e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), por supostas fraudes em licitações e esquemas de pagamento de propinas para empresários e agentes públicos movimentaram juntas, nos últimos anos, a quantia de R$ 1,39 bilhão. A informação é do telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.
Duas das organizações são ligadas à Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Birigui e Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu. A terceira entidade alvo das investigações que resultaram, nesta terça-feira (29), na deflagração da Operação “Raio X”, é o IDS (Instituto de Desenvolvimento Social), também sediado em Birigui.
Juntas, as três organizações executaram contratos de prestação de serviços em pelo menos 21 cidades distribuídas por cinco estados. A OS da Santa Casa de Birigui, de acordo com informações disponibilizadas em seu site na internet, é a que teve atuação em maior número de unidades de saúde: 16 ao todo, nas cidades de Birigui, Araçatuba, Ferraz de Vasconcelos, Osasco, Barueri, Capanema (Pará), Araucária (Paraná), Guarulhos, Itaquaquecetuba, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Vargem Grande, Barueri Patos (Paraíba), Penápolis e São Paulo, onde prestou serviços no Hospital Municipal da Vila Nova Cachoeirinha e no Hospital Estadual do Mandaqui.
Conforme levantamento feito pela Rede Globo, com autoridades da Polícia Civil e do Gaeco, que centralizaram as investigações em Araçatuba, onde a Delegacia Seccional local deu início aos primeiros inquéritos policiais relacionados às referidas OSs, a organização da Santa Casa de Birigui movimentou valores da ordem de R$ 245,9 milhões.
De acordo com representantes da Polícia Civil e do Gaeco, muitos dos contratos firmados pelas organizações se deram no decorrer da pandemia de Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus. Com os municípios relacionados em sua página na internet, somente a Santa Casa de Birigui firmou 14 contratos para prestação de serviços visando o combate ao novo vírus e tratamentos de suas vítimas.
Ainda em Birigui, de acordo com a Rede Globo, o IDS (Instituto de Desenvolvimento Social), movimentou a quantia de R$ 49,3 milhões. A organização teve atuação na cidade fazendo a gestão do Pronto-Socorro Municipal.
Conforme as investigações que resultaram na Operação “Raio X”, a OS que movimentou a maior quantia de dinheiro foi a da Santa Casa de Pacaembu, cidade na Região de Presidente Prudente. O valor gerido pela entidade chama atenção: R$ 1,1 bilhão.
Em sei site, a organização da Santa Casa de Pacaembu informa que, além de atual na própria cidade, também prestou serviços de saúde nos municípios de Agudos, Carapicuíba, Sorocaba e Santos.
Em decorrência de todo o trabalho investigativo, foram expedidos 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão, sendo 180 somente para o Estado de São Paulo e 57 em outras unidades da federação, além do sequestro de bens e valores. Foram feitas prisões e buscas em cidades dos estados de São Paulo, Pará, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Para o cumprimento dos mandados foram empregados 816 policiais civis, 204 viaturas e dois helicópteros. Por parte do Ministério Público, 30 promotores de Justiça e 10 agentes de Promotoria participaram da operação.